ATA DA CENTÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 02. 12. 1996.

 

Aos dois dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Nonagésima Terceira e Nonagésima Quarta Sessões Ordinárias e da Décima Primeira Sessão Extraordinária, que foram aprovadas. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 504/96, do Senhor Prefeito Municipal; 2041/96, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado/RS; s/n”, do Senhor Valdir Fraga, Deputado Estadual/RS; Telegramas: do Senhor Antonio Britto, Governador do Estado/RS; do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado/RS; do Professor Sérgio Pinto Machado, Presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; da Senadora Emília Fernandes; do Senhor Péricles de Freitas Druck, Presidente do Grupo Habitasul e da Senhora Maria da Glória Schilling de Almeida, Defensora Pública-Geral do Estado/RS. Em prosseguimento, o Senhor Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Giovani Gregol, no dia de hoje, dando posse ao Suplente Darci Campani e informou que Sua Excelência integrará a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal - TRIBUNA POPULAR, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Jorge Peixoto de Mattos, Diretor-Presidente da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal, que discorreu a respeito do leilão do prédio ocupado pela Companhia de Arte da APCEF, defendendo a manutenção do mesmo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Ver. João Motta referindo-se ao tema da Tribuna Popular, criticou a posição do Governo Federal pela política adotada nas questões culturais. O Ver. Antonio Hohlfeldt reportando-se ao tema da Tribuna Popular, colocou-se à disposição no sentido de somar esforços ao movimento de defesa do espaço que abriga a Companhia de Artes.Em prosseguimento, o Senhor Presidente parabenizou em nome dos trinta e dois Vereadores desta Casa, o Ver. Luiz Braz pelo transcurso de seu aniversário no dia de ontem, bem como a Senhora Diretora Legislativa Alceste Maia Menezes, que aniversaria no dia de hoje. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/96 (Processo nº 2948/96); o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 19/96 (Processo nº 2836/96), discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt; os Projetos de Lei do Legislativo nº 164/96 (Processo nº 2811/96), discutido pelo Ver. Raul Carrion e nº 169/96 (Processo nº 2908/96); em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/95 (Processo nº 2426/95); os Projetos de Lei do Legislativo nºs 167/96 (Processo nº 2855/96), discutido pelo Ver. Guilherme Barbosa e nº 170/96 (Processo nº 2912/96); o Projeto de Resolução nº 28/96 (Processo nº 2954/96); em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 18/96 (Processo nº 2835/96), discutido pelo Ver. Raul Carrion; o Projeto de Lei do Executivo nº 66/96 (Processo nº 2874/96) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 168/96 (Processo nº 2881/96). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz Negrinho teceu considerações sobre o problema que os moradores da Rua Cruzeiro do Sul estão enfrentando com a existência de esgoto não canalizado no local. Em prosseguimento, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 10/96 que autoriza o Senhor Prefeito Municipal a afastar-se do País, das quatorze horas do dia três de dezembro às vinte horas do dia cinco de dezembro do corrente ano, para viajar a Montevidéu. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi aprovado Requerimento Verbal do Ver. Jocelin Azambuja, adendado pelos Vereadores Darci Campani e Artur Zanella, que solicitam alteração na ordem de apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/96. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 132/96. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 149/96, por vinte e sete votos SIM, votando os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, C1óvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion e Darci Campani. Em Discussão Geral e Votação, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Darci Campani, Airto Ferronato, Pedro Ruas e Pedro Américo Leal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 157/96, em Votação Nominal solicitada pelo Ver. Luiz Negrinho, por vinte e cinco votos SIM, 01 voto NÃO e três ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, C1ênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães,Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Darci Campani, Não o Ver. José Valdir e optando pela Abstenção os Vereadores Fernando Záchia, João Dib e João Verle. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, foi aprovado em 1º Turno o Projeto de Emenda a Lei Orgânica nº 04/96. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/96, encaminhado à votação pelos Vereadores Artur Zanella, Reginaldo Pujol, Fernando Záchia, C1óvis Ilgenfritz, João Dib, Jocelin Azambuja, que deixou de ser votado tendo em vista o disposto no parágrafo único do artigo 81 da Lei Orgânica do Município. A seguir, o Senhor Presidente deferiu solicitação do Ver. Pedro Ruas no sentido do encaminhamento do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/96 à Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Ainda, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Pedro Ruas, João Dib, CIóvis Ilgenfritz, Femando Záchia, Jocelin Azambuja, Reginaldo Pujol e Raul Carrion, foi rejeitado Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja solicitando o adiamento da votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/96, por três Sessões. Em prosseguimento, foi aprovado o Requerimento nº 196 (Processo nº 3043/96), de autoria do Ver. Edi Morelli, que solicita autorização para representar esta Casa no evento “Porto Alegre em Montevidéu”, no período de três a cinco de dezembro, do corrente ano, bem como as diárias pagas por este Legislativo. A seguir, foi aprovado Requerimento Ver. Jocelin Azambuja, que solicita Moção de Solidariedade ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Bancada Federal na Câmara e Senado, pela conquista da instalação em nosso estado de uma fábrica montadora da GM do Brasil, em votação nominal solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, por dezenove votos SIM e sete ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, C1ênia Maranhão, CIóvis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Henrique Fontana, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e optando pela Abstenção os Vereadores Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, José Valdir, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas e Darci Campani, com Declaração de Voto do Ver. Darci Campani. Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelo Ver. Artur Zanella, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 05/96, por vinte e quatro votos SIM, 01 voto NÃO e duas ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, C1óvis Ilgenfritz, Decio Schauren, EIói Guimarães, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Darci Campani, Não o Ver. Dilamar Machado e optando pela Abstenção os Vereadores Jocelin Azambuja e Luiz Negrinho. Na ocasião, o Senhor Presidente comunicou que, na Sessão Ordináiria do dia onze de dezembro do corrente ano, às quatorze horas, esta Casa receberá o Secretário Estadual dos Transportes, Senhor Guilherme Sócias Villela, que fará uma apresentação do Projeto Porto dos Casais. Em Discusssão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 20/96, que obteve dez votos SIM, tendo votado os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, C1ênia Maranhão, Guilherme Barbosa, José Valdir, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Darci Campani, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, face à inexistência de “quorum”. Durante a Sessão, os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos por cinco minutos. Às dezoito horas e nove minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de quarta-feira, a hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Luiz Negrinho, Reginaldo Pujol, Mário Fraga e Antonio Hohlfeldt, estes dois últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

ERRATA

 

ATA DA CENTÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 02. 12. 1996.

 

- Quando do registro do período de PAUTA, inclua-se que os Vereadores João Dib e Artur Zanella discutiram o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/96 (Processo nº 2948/96).

 

- Após o registro do pronunciamento do Ver. Luiz Negrinho, em Comunicação de Líder, onde se lê “(...)Em prosseguimento, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 10/96 que autoriza o Senhor Prefeito Municipal a afastar-se do País, das quatorze horas do dia três de dezembro às vinte horas do dia cinco de dezembro do corrente ano, para viajar a Montevidéu. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA(...)”, leia-se “(...)A seguir, constatada a existênçia de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em prosseguimento, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 10/96, que autoriza o Senhor Prefeito Municipal a afastar-se do País, das quatorze horas do dia três de dezembro às vinte horas do dia cinco de dezembro do corrente ano, para viajar a Montevidéu(...)”.

 

- Durante a Ordem do dia, após a votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 149/96, onde se lê “(...)foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 157/96(...)”, leia-se “(...)foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 157/95(...)”.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): O Ver. Artur Zanella está com a palavra para uma Questão de Ordem.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, nesse caso, que existe uma Comissão que foi visitar o Sr. Secretário dos Transportes em nome da Câmara, deve ter uns quatro ou cinco Vereadores, isso não deveria constar para o quórum, pelo menos para a aprovação destas, porque eles não estão aqui não é por não quererem, mas por estarem representando a Casa num outro local. Eu considero que, eles estando em Representação da Câmara, estão presentes.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde à Questão de Ordem de V.Exª. Eles estão presentes para efeito de presença de chamada, mas presença para quórum não existe. Eles não estando aqui, não existe.

A Mesa apregoa Requerimento do Ver. Giovani Gregol, solicitando licença para tratamento de saúde no dia de hoje.

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Giovani Gregol e empossado o Suplente, conforme consta da Ata.)

A seguir, passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A tribuna Popular de hoje recebe o Sr. Jorge Peixoto de Mattos, Diretor-Presidente da Associação do Pessoal da Caixa Economica Federal do RS - APCEF, para tratar do leilão do prédio em que se localizam teatros e salas administrativas pela Companhia de Arte da APCEF.

O Sr. Jorge Peixoto de Mattos está com a palavra.

 

O SR. JORGE PEIXOTO DE MATTOS: (Saúda os presentes) O assunto a tratar hoje, aqui, é de fundamental importância para a comunidade cultural de Porto Alegre. Temos a ocupação de um prédio já há muitos anos, desde 1985, por parte da Associação do Pessoal da CEF. Esse prédio pertence à CEF e foi cedido através de contrato de comodato à Associação, inicialmente para abrigar a Companhia de Arte, que é um teatro, a Companhia do Corpo, que era uma academia de ginástica aberta a população, e posteriormente a Administração da Associação. Em 1993, a Associação construiu sua sede própria, e retirou sua parte administrativa da Companhia de Arte, que situa-se na Rua dos Andradas, nº 1780, a famosa subida da Rua da Praia. O espaço que ficou ocupado é apenas o espaço do teatro, para não fechar uma casa teatral, que é de fundamental importância para a Cidade de Porto Alegre.

Com o tempo, devido a não-ocupação por parte da CEF dos andares superiores da Companhia - é um prédio que tem nove andares - e em virtude da solicitacão de diversos grupos culturais para realizar ensaios, cursos naquele local, fomos ocupando os andares da Companhia, atualmente até o 8º andar. Fomos ocupando esses espaços para que pudéssemos promover cursos, palestras, para que os grupos em formação na Cidade tivessem um lugar par ensaiar suas peças para posterior exibição, não só naquele teatro, como em outros teatros de Porto Alegre.

A Companhia de Arte teve, no último ano, mais da metade da produção teatral de Porto Alegre, passando pelas suas dependências, quer sob a forma de ensaio, ou de apresentação teatral. Posso citar diversas peças teatrais que este ano passaram por lá: “O Reizinho Mandão”, “Projeto Os Cinco Sentidos”, “O marinheiro da Baviera”, “Miguel Pampa”, “Casamento Aberto, Quase Escancarado”, “A Casa do Respeitável Senhor Zu”, “Anotações para um Espetáculo”, “Bailei na Curva”.

Com Roberto Freire, Projeto Educacional, Educação e Arte Júnior, que leva o teatro às escolas e as escolas ao teatro; “Êxtase” um Ensaio sobre Alberto Inaurato; Teatro, Cidade de Porto Alegre e Teatro Universitário; a primeira co-produção do Mercosul; “Barro Negro”, de José Gabriel Nunes, dirigido por Marcelino Dufeau e Juan Carlos Souza, que é aquela peça que ficou famosa em Porto Alegre por ser apresentada sobre rodas, dentro dos ônibus de Porto Alegre; “Olha o Palhaço Outra Vez”; “Sítio do Pic-Pau Amarelo”; “O Quarto de Estudante”, uma peça de Roberto Freire que logo depois abriu um debate sobre o assunto; “O Espantalho” e diversos cursos de formação teatral.

Nós entendemos que a Companhia de Arte deve ser mantida, porque ela representa um dos poucos espaços que se têm na cidade, aliás, além da Casa de Cultura Mário Quintana,o único espaço destinado ao ensaio e à formação de grupos teatrais. Gostaríamos de obter o apoio dos Srs. Vereadores para esta mobilização, pois a Caixa Econômica Federal pretende colocar em leilão o prédio da Companhia de Arte, dentro da política levada pelo Governo, desmobilização de ativos, a CEF pretende relizar o leilão. E nós temos muitos argumentos para reforçar a nossa posição além daqueles argumentos ligados à necessidade de investir na formação teatral e prestar um serviço à comunidade de Porto Alegre. Temos argumentos que, certamente, poderão ser melhor desenvolvidos se, em conjunto com a CEF, tivermos acesso aos números que a CEF investe em propaganda, porque nós entendemos este espaço como uma forma de a CEF trabalhar o seu marketing institucional.

O prédio da Companhia de Arte está indo a leilão com um preço mínimo de um milhão e trinta e quatro reais. Tendo os números de investimento da CEF em propaganda, nós temos a certeza de que conseguiremos demonstrar que é mais barato para a CEF manter este prédio, fazendo assim a sua propaganda institucional, do que gastar dinheiro em mídia para reforçar a sua imagem institucional. A CEF também pensa dessa forma tanto que está voltando as suas atividades de marketing para o patrocínio de peças teatrais. Aí, há uma pequena diferença na nossa visão. Entendemos que o que deve ser incentivado no meio teatral é a formação, é dar condições para as pessoas poderem desenvolver e se estabelecer no ramo teatral, não somente pagar a produção de peças de grupos que já tem condições de buscar esse tipo de patrocínio junto a outras empresas.

A CEF também patrocina um time de basquete – a Seleção Brasileira de Basquete Feminino –, o que achamos correto. Tem retorno e cumpre uma finalidade de incentivo ao esporte. Mas gostaríamos de ter esse tipo de investimento na área cultural. Geralmente, quando se fala de investimento na área cultural, as pessoas imaginam dinheiro para montagem de peça, ou salários de atores. Nós entendemos no sentido de viabilizar a formação cultural tão necessária nesta nossa sociedade.

A nossa proposta é a seguinte: a Caixa Econômica Federal entra com o prédio sem nenhum custo adicional, a Associação de Pessoal da Caixa entra com a administração e manutenção do prédio e pretendemos formar um Conselho Curador com representantes da Caixa Econômica Federal, da Associação da Caixa, de Sindicatos ligados à área de cultura, artistas e a participação da sociedade que conseguiremos viabilizar visto que esta sociedade prestigia muito os eventos da Companhia de Arte.

Gostaríamos de pedir o apoio de todos os Senhores nesta nossa empreitada no sentido de tentar demover a Caixa Econômica Federal dessa iniciativa de simplesmente fechar um espaço tão importante para a nossa comunidade e este é o motivo para estarmos aqui na Câmara de Vereadores e não em um fórum federal falando sobre esta questão da Companhia de Arte que é ligada à Caixa Economica Federal.

Temos uma programação para esta semana e gostaria de divulgar aos Senhores. Nesta segunda-feira teremos um ato às 18 horas, com concentração na Prefeitura Municipal, com uma caminhada até a Companhia de Arte, onde, então, faremos um ato público. Durante toda essa semana teremos atividades à noite, gratuitas, abertas a toda população, que são as seguintes: hoje, às 20 horas, Dança Maranhense, “Cacuriá”, com direção de Elma Weba; terça-feira, às 21 horas, Dança Flamenca, realização Casa Baka; quarta-feira, 21 horas, Espetáculo Teatral Miguel Pampa, direção de Paulo Oliveira; quinta-feira, 21 horas, Espetáculo Teatral “O Espantalho”, direção Camilo de Lélis; sexta-feira, 21 horas, espetáculo teatral com direção de Élcio Rossini. Temos certeza que contarão com a presença maciça da população que sempre prestigiou as nossas atividades na Cia. de Arte.

Agradeço a atenção de todos os senhores e digo que entendemos arte como uma coisa necessária para a nossa população, para a nossa sociedade, e a forma de agir quanto à arte é incentivar a formação; depois de os grupos estarem formados, eles conseguem, certamente, apoio da sociedade para desenvolver seus trabalhos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

Convidamos o Sr. Jorge de Mattos a fazer parte da Mesa.

O Ver. João Motta está com a palavra. Fala pela bancada do PT.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores (saúda os componentes da Mesa e demais presentes). Manifesto aqui, também, a posição do Ver. Lauro Hagemann e a posição do Partido dos Trabalhadores. Quem acompanha minimamente o tema da cultura na Cidade de Porto Alegre sabe que o problema dos espaços, no que diz respeito à atividade cultural específica do teatro, é um problema que ainda não está devidamente resolvido. E, se esta ainda é uma questão pendente, imaginem se nós perdermos mais esse espaço, considerando toda a importância que ele tem para a atividade teatral do Município, ou seja, sob o ponto de vista de quem faz e produz teatro em Porto Alegrel seria impensável perder esse espaço. Estaríamos perdendo um dos pulmões de todo esse organismo que se articula nessa área da cultura do Município. Por essas razões estão já plenamente justificadas as programações, as manifestações, as falas, os protestos que estamos acompanhando na Cidade nos últimos dias.

Como se não bastasse isso, estamos diante de mais um problema político, que é a política do Governo Federal de, em nome da redução do déficit público, exigir que várias instituições que estão subordinadas ao próprio Estado, à União, se desfaçam de parte de suas responsabilidades financeiras, inclusive, se for o caso, se desfazendo de parte de seu próprio patrimônio. Quando o Governo Collor assumiu foi feito o mesmo processo, tudo em cima da chamada readequação da economia brasileira, em razão do processo de globalização.

O que fez o Collor em Porto Alegre, apenas para traduzir um pouco do cotidiano dessa politica geral: O Governo Federal resolveu privatizar, naquela oportunidade, aliás, se desfazer de vários órgãos. Parte deles eram prédios, e parte do patrimônio do INAMPS. Dois eram prédios localizados no Bairro IAPI. Só que um dos prédios - hoje ainda está lá - estava cedido para a Secretaria de Segurança Pública do Estado, para que uma Delegacia de Polícia daquela região lá funcionasse. O INAMPS estava leiloando o prédio da Delegacia de Policia. Outro prédio era uma praça, no centro do Bairro IAPI, em frente ao Parque Alim Pedro. Era uma praça que o Governo Federal estava tentando leiloar. Agora, o Governo Federal tenta leiloar um prédio que tem essa ocupação, essa importância para a Cidade. Não sei se tem conhecimento da função, da importância que o prédio tem para a cultura da Cidade.

Muitas vezes a tecnoburoracia pouco se importa com isso. Mas que bom que parte da população de Porto Alegre se importa e está manifestando a sua opinião, pedindo apoio da Câmara, pedindo a solidariedade dos Vereadores. Tenho certeza que assim como fomos solidários naquela vez, quando foram leiloados o prédio da delegacia e a praça do Bairro IAPI, quando fizemos várias atividades e uma delas de caráter cultural e religioso,e se não me falha a memória, com a presença do Ver. Antonio Hohlfeldt, para que a gente de novo retome este tipo de posicionamento, porque não gostaríamos de politizar o assunto, a cultura e a defesa dos espaços culturais, quando se colocam neste nível, pois na minha opinião elas estão acima da discussão política que nós podemos ter, internamente entre os partidos.

Portanto, se trata de uma posição nossa, frente à defesa de mais um espaço da cultura em nosso Estado. Aliás, questão esta que estamos trabalhando para que haja resolução de várias questões que diz respeito a este tema como é o caso, inclusive, da atual polêmica que versa sobre a atual questão da Terreira da Tribo e que nós estamos acompanhando as negociações para que a solução deste problema seja no sentido da preservação de mais um espaço. Fica aqui, portanto, a solidariedade das Bancadas PT e PPS para o movimento, e a nossa disposição, aqui, da Câmara fazendo tudo para reforçar este tipo de movimento. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por uma simples questão de coerência não posso me furtar de me expressar em torno da questão trazida pelo companheiro Jorge Peixoto de Mattos quanto ao espaço que abriga a Companhia de Artes que fica na rua dos Andradas. Recebi, inclusive, convite para participar da reunião da semana passada e não pude fazê-lo porque estava viajando. Mas tenho acom panhado a situação, e tanto do ponto de vista pessoal de sempre ter participado do movimento cultural da Cidade, quanto do ponto de vista de política-partidária que desempenho em nome do Partido Social-Democracia no Brasil – PSDB, nesta cidade. Quero somar-me ao movimento de defesa daquele espaço e colocar-me à disposição no sentido de uma eventual mediação. Quero chamar a atenção que a situação da Vila do IAPI, lembrada pelo Ver. João Motta, é uma situação bem diferente desta. Na verdade o que o INPS queria fazer era vender uma coisa que não lhe pertencia, já tinha sido vendida e estava incluída no custo do pagamento mensal que, ao longo de 20, 30 anos, cada morador da Vila do IAPI havia pago pela sua casa, mas que incluía também a área verde e aquele espaço em que se localizava eventualmente a delegacia, mas que, originalmente, também é outra área verde, portanto, a situação lá era radicalmente diferente desta aqui.

Em todo o caso, isso não tira a razão da luta que se deva desenvolver na defesa deste espaço que já é um espaço com história na cidade de Porto Alegre, por ali tem transitado uma série de espetáculos, muitas vezes estréias que, inclusive, tem recebido premiações, não apenas regionais mas também nacionais. Esse espaço, num certo momento, chegou a sediar, de fato, um grupo de teatro formado por funcionários da própria Caixa Econômica Federal dirigido por um companheiro que tem uma bela história no âmbito do teatro no Rio Grande do Sul. Às vezes ele vinha de Santa Maria, onde leciona, na Universidade Federal de Santa Maria, para fazer a direção dos seus espetáculos aqui em Porto Alegre e depois viajava com o grupo. Por diversas vezes não só assisti como comentei e destaquei a importância desse trabalho.

É evidente que é uma questão de coerência e nós fazermos a defesa deste espaço. Acho importante, o Ver. Motta tocou nisso muito rapidamente, que nós não percamos de vista duas questões diversas: a situação da Terreira da Tribo é uma situação que, efetivamente, tem uma solução no âmbito do Município, a situação do prédio da Rua da Praia, evidentemente, vai nos levar a uma discussão num outro âmbito, que foge, em princípio, daqueles poderes que os Vereadores têm. Parece-me que a Caixa Econômica Federal e a sua direção tem aprendido a respeitar esta Casa, como tem aprendido a discutir e a dialogar com a própria Assembléia Legislativa. Quero lembrar aqui que todas as gestões em torno do Jardim Leopoldina e Parque dos Maya, de modo geral, têm chegado nos pontos onde queremos chegar, temos sido bem recebidos e digo temos, nós enquanto Legislativo Municipal de Porto Alegre ou Legislativo do Estado do Rio Grande do Sul. Acho que também nesta situação será viável uma possibilidade de diálogo com a direção da Caixa Federal.

Nese sentido, quero dizer ao Jorge que não apenas eu, como, desde logo, quero colocar à disposição os companheiros da Bancada Federal, notadamente a Deputada Ieda Crusius e Deputado Nelson Marquesan, que tem uma proximdade maior com essas questões ligadas à Caixa Econômica Federal no sentido de que possam fazer mediações para se chegar a um resultado final, uma proposta alternativa que vocês estão elaborando. Portanto, se vale o que o Ver. João Motta expressou aqui; não que não se politize, mas que não se partidarize, e aí é difícil encaminharmos a questão.

Estou me colocando à disposição, em meu nome e em nome da bancada em nível municipal,e também na possibilidade de acionarmos os nossos Deputados Federais no sentido de mediarem encontros e debates com os responsáveis pela Caixa Econômica Federal. O que nós não podemos é perder aquele espaço que não atende apenas aos funcionários da Caixa, mas também ao público em geral e, sobretudo, pela existência ali de um grupo teatral. Contem comigo e espero que esse movimento atinja seus objetivos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Na qualidade de 1º Vice-Presidente da Casa, quero colocar ao Sr. Jorge Peixoto de Mattos, diretor da APCEF, e aos funcionários da Caixa aqui presentes, que a Mesa Diretora desta Casa e os 33 Vereadores não ficarão alheios ao problema da entidade. E como integrante da bancada do PTB, colocamo-nos à disposição, através do Líder da bancada, Ver. Luiz Braz, para contatos com a Bancada Federal e com a Senadora Emília Fernandes, tentando buscar uma solução satisfatória para a Associação.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h46min): Estão reabertos os trabalhos.

Queremos, em nome dos 32 Vereadores, que conste nos Anais da Casa o desejo de votos de felicidade ao Ver. Luiz Braz,que aniversariou no dia de ontem e, ao mesmo tempo, também queremos expressar os nossos melhores votos de felicidades a uma funcionária da Casa, uma funcionária dedicada, uma funcionária que só merece elogios de nossa parte, que é a nossa Diretora Legislativa, a funcionária Alceste, que aniversaria no dia de hoje. Parabéns aos aniversariantes em nome de toda a Casa. (Palmas.)

Queremos também registrar o aniversário de mais um funcionário da Casa, que é o nosso fotógrafo Leus. Aproveitando que estamos falando em fotógrafo, quero dizer que o outro fotógrafo da Casa, o Santinho, está, a cada dia que passa, melhorando o seu estado de saúde.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2948/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/96, que altera a Lei Complementar nº 267, de 16 de janeiro de 1992, e a Lei nº 2902, de 30 de dezembro de 1965, que se refere ao Conselho Deliberativo do DEMHAB, e dá outras providências.

 

PROC. 2836/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que estatui normas para a elaboração e controle dos Planos Plurianuais, das Diretrizes Orçamentárias, dos Orçamentos Anuais e Balanços da Administração Direta e Indireta do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2908/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/96, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Praça Parque Residencial Malcon um logradouro público localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2811/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera e acrescenta dispositivos na Lei nº 2.758, de 04 de dezembro de 1964, que estabelece normas técnicas para inclusão de veículos na frota de transporte coletivo de Porto Alegre.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2426/95 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO nº 139/95, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que inclui artigo na Lei nº 7632, de 10 de julho de 1995, que estabelece critérios para o uso do cinto de segurança nas vias terrestres do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2855/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/96, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que altera dispositivos da Lei nº 6524, de 26 de dezembro de 1989, com a redação dada pela Lei nº 7546, de 12 de dezembro de 1994. (requisito exigido das entidades de produtores rurais de Porto Alegre para conveniar com o Poder Executivo)

 

PROC. 2912/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/96, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Salomão Malcon um logradouro público localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2954/96 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 028/96, de autoria da Mesa Diretora, que denomina Sala Jornalista Cói Lopes de Almeida a sala da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2835/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 7/73, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.

 

PROC. 2874/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 066/96, que institui Áreas Especiais de Interesse Social, e dá outras providências. (áreas de propriedades do DEMHAB, em diversas vilas, e áreas que integram o Projeto de Regularização Fundiária).

 

PROC. 2881/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que denomina Largo Francisco Spina o canteiro localizado em frente do nº 02 da Praça Garibaldi, na confluência com a Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, no Bairro Cidade Baixa.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.Vereadores, lastimando que não esteja o Plenário com a totalidade de nossos queridos e ilustres Edis, claro que alguns estão na Secretaria de Transportes do Estado, tratando de um importante problema da cidade, que é a Rodoviária. Vou ficar na pauta do Projeto de Lei que não deveria ter sido mandado a esta Casa pelo Executivo Municipal, até por questão de oportunidade. O Prefeito está saíndo. Eu sei que é continuidade administrativa e eu sei que, quando troca o Prefeito, troca  o Prefeito, não a administração, a administração continua, mesmo que fosse para dar para um partido mais à extrema direita, a administração continuaria. Mas algumas coisas assim de ética; se não for de ética será de ótica, é o ângulo de visão, a maneira de olhar as coisas. O Prefeito não deveria mandar determinados tipos de projetos. Eu não sei quais estudos que levaram o Prefeito a propor a extinção do Conselho Deliberativo do DEMHAB, honestamente, não sei, porque essa assessoria do Prefeito é muito difícil; aliás, o Prefeito escreveu e assinou – quando encaminhou o Projeto com os novos salários para os novos secretários – e eles realmente são incompetentes. Foi o Prefeito que escreveu não fui eu quem disse.

O conselho deliberativo do DEMHAB é aquele mesmo que não foi consultado – eu quero a atenção do Ver. Zanella – nesta transação fabulosa do Jardim Leopoldina. Eu acho que, se tivessem consultado o Conselho Deliberativo do DEMHAB, assim como não foi consultado naquelas casas que fizeram ali para a Marsiaj de Oliveira e acertaram desapropriação urgente, urgentíssima, dia 4 de junho fizeram a decretação de utilidade pública e em outubro convidaram para inaugurar as obras. Mas, o Conselho Deliberativo do DEMHAB, esse que não foi ouvido para a transação fantástica, pelo dobro do preço, no Jardim Leopoldina, não foi ouvido. Eu fiz um pedido de informações e a douta assessoria do Prefeito informava que não era necessário ouvir o Conselho Deliberativo do DEMHAB, porque havia uma lei municipal autorizando a transação e uma autorização do Senado Federal. Mas, antes desta lei autorizativa do município, deveria, sem dúvida nenhuma, ter sido auscultado o Conselho Deliberativo para dizer se era para fazer a transação ou não, se era para encaminhar o projeto de lei ou não. Então, eu acho que há incompetência generalizada lá do outro lado, mas que tem o Poder Executivo.

O Poder Executivo tem o dinheiro, estão sobrando dez milhões de reais no orçamento deficitário, eram sete e pouco por cento de déficit, mas vão sobrar dez milhões, conforme o Dr. Arno Augustin declarou à imprensa, no Jornal do Comércio, na sexta-feira, como também sobraram dez milhões de reais, não cruzeiros, em 1995. As coisas ficam complicadas. Agora, eu vou dizer, aí é que eu quero a assessoria do eminente mestre Artur Paulo de Araújo Zanella – gostaria que o Líder petista deixasse o meu guru do DEMHAB à disposição agora. O Conselho Deliberativo do DEMHAB não tem nada que ver com esses conselhos deliberativos que estão na Lei Orgânica, por isso eu quero a assessoria do Ver. Zanella. O Conselho Deliberativo do DEMHAB se inclui na organização de uma autarquia, que não tem nade que ver com a Lei Orgânica do Município. A autarquia funciona com o Conselho Deliberativo, assim como o clube funciona com o conselho deliberativo e não é esses deliberativos dessa lei complementar tola e cretina que diz que os conselhos deliberam, mas não deliberam coisa nenhuma. Agora os Conselhos Deliberativos do DMAE, do DEMHAB, do DMLU, realmente, deliberam, porque, se disser que não é para comprar um lápis, as autarquias não comprarão o lápis. Agora ele vai para o COMATHAB, é um nome mais bonito, talvez, do que Conselho Deliberativo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Artur Zanella está com a palavra.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Antes de tratar do assunto em pauta, queria comunicar que se encontra nesta Casa, em visita aos vereadores e às lideranças da Casa, o Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros, que vem trazer subsídios ao Projeto de Lei de minha autoria, que trata da alteração da alíquota do ISSQN dos corretores de seguro.

Eu me inscrevi na Pauta para falar especialmente sobre esse Projeto citado pelo Ver. João Antonio Dib.

Em primeiro lugar, o Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Henrique Fontana, Líder do PT, as pessoas não entenderam ainda que o Conselho Deliberativo das autarquias serve como se fosse uma Câmara de Vereadores: autoriza os gastos, as receitas, as negociações e tem integrantes das mais variadas classes sociais. Por exemplo: quem conhece a Restinga, conhece a Avenida Nilo Rush, que é o nome do Conselheiro que representava a Sociedade de Economia e que faleceu no exercício do cargo.

Então, esse Conselho serve – repito – como uma Câmara Legislativa e tem representantes nos seus diversos setores. O Sr. Prefeito propõe, agora, a mudança desse Conselho Deliberativo para o Conselho do Funterra – COMATAT –, que trata de terras. Entre 20 atribuições básicas do Conselho, uma delas é a aquisição de terrenos; a outra, é a aprovação de contratos com o BNH, contrato como esse do Jardim Leopoldina, o do Parque dos Maias que vem aí. A IAB faz parte. A Sra. Lenora Ulrich fez a sua carreira política, administrativa como Conselheira do DEMHAB; depois é que ela foi ser Diretora do DEP.

Então, essa entidade traz para ela a responsabilidade da aprovação desses projetos e, mais ainda, ela substitui a Câmara Municipal de Vereadores. Quando vai acontecer um empréstimo, um financiamento, um contrato, o Executivo faz por meio da Câmara; lá, é por meio do Conselho Deliberativo.

Então, esse Projeto é absurdo, é inoportuno, ele esconde alguma coisa. Tenho certeza de que o Conselho Deliberativo do DEMHAB andou negando alguma coisa lá dentro e querem eliminá-lo. Isso é absolutamente sem sentido. Estão substituindo um Conselho, que é o poder legislativo de uma autarquia, por um outro Conselho que trata de um dos casos para o que esse Conselho é chamado.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho certeza de que ele não vai ser votado aqui nesta Casa nos próximos dias; será votado, provavelmente quando eu não mais estiver aqui, nem eu, nem o Ver. Dilamar Machado que foi Diretor do DEMHAB, mas continuarão aqui o Ver. Pujol e o Ver. Corbelini, que entra. E o Ver. Corbellini tenho certeza que sabe da importância do Conselho Deliberativo; se ele vai gostar e querer que o Conselho Deliberativo continue, é outro problema. Se ele não quiser, é porque alguma coisa houve.

E agora o Ver. João Dib está me dizendo que não foi ouvido o Conselho para a compra do Jardim Dona Leopoldina. Isto é uma das coisas mais graves que já ouvi na minha vida. Porque tudo tem que passar no Conselho. O fato de a Câmara ter autorizado uma negociação, de o Senado ter autorizado, não quer dizer que aqueles valores que foram aprovados tenham passado por alguém.

Outra coisa, Sr.Presidente e Srs. Vereadores, talvez indo contra meus colegas, quero falar sobre um projeto que está entrando em Pauta hoje sobre os salários dos Secretários etc.

Acho que tem que dividir em duas coisas: os Secretários Municipais ou dirigentes de autarquias, que podem ser substituídos por Vereadores, acho que devem ter essa equiparação. Agora, aquelas assessorias, o DEP, que não é uma autarquia, a Procuradoria-Geral do Município, que não é autarquia, não é Secretaria, não é nada, isto tem que ser analisado com profundidade.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa tem que fazer uma limitação na lei para os partidos políticos, nos descontos para os Secretários. Senão, o que estaremos fazendo é passar diretamento 30% para o PT, de todos os salários que nós autorizarmos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador é o Ver. Antônio Hohlfeldt

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Está hoje na lª Sessão da Pauta o PLL 19/96, de minha autoria, que estatui normas para elaboração e controle dos Planos Plurianuais das Diretrizes Orçamentárias, Orçamentos e Balanços da Administração Direta e Indireta do Município de Porto Alegre.

Confesso aos Senhores que, desde a metade do corrente ano, eu vinha preocupado com esta questão, preocupado exatamente no âmbito da campanha eleitoral, onde ficava cada vez mais evidente a maneira pela qual a administração pública municipal, independente de haver reeleição ou não do mesmo mandatário, mas preocupada com a continuidade da administração, usava e abusava da manipulação do Orçamento corrente, e descobri que, na verdade, o Estado do Rio Grande do Sul já tem, desde 1994, uma legislação bastante rígida no sentido do controle dos Planos Plurianuais, das Diretrizes Orçamentárias, dos Orçamentos, mas, sobretudo, dos Balanços da Administração.

O tema não é novo nesta Casa, o Ver. João Dib tem tentado legislar sobre a matéria em leis específicas e pontuais. Tivemos, agora, há poucos dias, um debate mais acirrado depois que o Ver. Zachia e eu levantamos e mantivemos o questionamento sobre a transparência do Orçamento do Município de Porto Alegre, referente a 1995, no mínimo, ao próprio corrente ano e, diga-se de passagem, a 1997.

O Ver. Luiz Braz, como Presidente da CEFOR, voltou a questionar o descumprimento – aliás antecipado pelo Ver. João Verle – por parte da Administração Pública Municipal da legislação aprovada por nós por emenda, vetada e derrubado o Veto, emenda de autoria do Ver. Airto Ferronato, mas transformada em legislação por esta Casa, em relação à LDO quanto ao envio dos projetos, a organização de programas e projetos, daquilo que se pretende seja cumprido pela Administração Municipal em 1997.

É bom que se lembre que a comparação entre as projeções do Orçamento Participativo e depois, os relatários de obras nos tem mostrado, no mínimo, uma defasagem de 30% de obras não cumpridas e apregoadas pelo Orçamento Participativo. Portanto, me parece que todas essas questões fizeram decidir e mesmo ao apagar das luzes do ano legislativo de 1996, desta Legislatura, se apresentasse esse Projeto de Lei e é basicamente a adaptação da legislação do Estado à Cidade de Porto Alegre.

É um dos Projetos que coloquei à consideração da Mesa Diretora das Lideranças da Casa no sentido de que se veja aprovado ainda neste ano. Em primeiro lugar porque terá cumprido os 30 dias regimentais para pedido do Art. 81 no dia 11 de dezembro e, em segundo lugar, porque terá, inclusive, a possibilidade de ser implantado de imediato no ano que vem, não pegando ninguém no contrapé ou de surpresa.

Gostaria de ver, posteriormente, a posição da Administração Municipal, já que lá, na Assembléia Legislativa, embora apresentado pelo Deputado Vilella, foi o PT uma das bancadas que mais se dedicou e defendeu a aprovação desse Projeto. A curiosidade é saber se, de fato, há dois pesos e duas medidas, ou o mesmo peso em relação a esta Legislação.

Para complementar, quero dizer que estranho o Parecer da Drª Marta Lages, nossa Procuradora, quando ela alega que o § único, do art. 33 e art. 34, estariam ferindo questões não atinentes à Câmara Municipal. Tenho radical discordância do Parecer, embora a Procuradora tenha acertado com relação ao art. 35, que pedirei que seja retirado, porque o que estamos estabelecendo e que a Procuradora julga que vamos além das nossas possibilidades, nos art. 33 e 34, em seus parágrafos únicos. Apenas estamos dizendo, no § único, do art. 33, que o órgão de contabilidade e auditoria geral do Município efetuará consolidação das informações para o conjunto da Administração Municipal, com vistas a sua publicação. Não estamos invadindo nada com relação ao Executivo, uma vez que cabe ao Legislativo legislar sobre como deve-se comportar o Executivo. Quanto ao § único, do art. 34, dizemos que todos os órgãos da administração do Município deverão adequar-se ao controle orçamentário e contábil pelo teleprocessamento, mantido pelo Tribunal de Contas do Estado. Da mesma forma, estamos determinando aquilo que o Executivo deve fazer e não o Tribunal de Contas como parece sugerir o Parecer da Sra. Auditora. Da minha parte pretendo contestar os parágrafos únicos dos art. 33 e 34, esperando o Parecer da Comissão de Justiça da Casa e retirar o art. 35, porque, de fato, nesse, fomos além daquilo que poderíamos legislar nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta, um Projeto de minha autoria, que pretende modificar a Lei 6524, de 26/12/89. Essa Lei autorizou o Poder Executivo Municipal a conveniar com os Sindicatos de Trabalhadores Rurais e com a Cooperativa dos Produtores Rurais de Porto Alegre para a instalação de equipamento para a comercialização e divulgação de produtos primários, produzidos no cinturão verde do Município, e dá outras providências.

Essa Lei, rápida, com apenas 7 artigos, é muito importante, porque através desse convênio permite um incentivo à produção primária no nosso Município, que sabemos é um dos maiores de todo o País. Porto Alegre ainda tem uma área rural importante, produtiva, e esse Projeto de 1989, incentiva isso. Mas o Projeto original termina definindo apenas duas entidades que podem estabelecer esse convênio com o Executivo Municipal.

Fui procurado por uma outra entidade, e também por representantes da própria SMIC, considerando que, com existência de outras entidades, seria interessante ampliar a possibilidade de convênio, sem que estabelecesse o nome dessas entidades, mas dando alguns critérios para esse convênio. Então, o que objetiva esse Projeto de Lei de minha autoria? Ele abre a possibilidade para outras entidades e produtores primários de Porto Alegre, sem nominá-las, estabelecendo critérios, e o principal é que essas entidades devem estar previamente cadastradas na SMIC.

Então, é um Projeto muito simples, mas me parece importante, e eu peço a atenção dos Srs. Vereadores para ele, e, qualquer modificação, através de emendas, é muito bem-vinda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes. Venho em tempo de Pauta para, rapidamente, tratar de dois projetos meus que estão em Pauta. O primeiro deles é um Substitutivo ao projeto que havíamos protocolado, alterando a Lei complementar nº 7/73, que institui que disciplina os tributos de competência do Município. Na verdade , nós retiramos o Projeto inicial, e ao invés de fazer um Substitutivo, reingressamos com outro projeto com o mesmo objetivo.

A alteração se deveu a um alerta que o Ver. Antonio Hohlfeldt nos fez de que haveria uma lei que, em determinados aspectos, já havia resolvido o problema. Fizemos as alterações necessárias mantendo a essência desse projeto: a alteração da alíquota do ISSQN dos bancos e demais instituições financeiras que passarão a 6%, 1% a mais que os demais serviços.

O outro Projeto, que hoje entra em primeira discussão de Pauta, é o PLL nº 164/96 que estabelece normas técnicas para inclusão de veículos na frota de transporte coletivo de Porto Alegre. Na verdade temos uma série de leis, a começar pela lei 2758 que é de 1964, portanto, feita há 32 anos. Posteriormente tivemos em 92 a lei 7146 que fez pequenas alterações. Depois tivemos, também em 94, uma lei muito breve, nº 7485, com pequenas modificações. De lá para cá, houve uma série de alterações na Legislação. Inclusive temos, de 1988, uma diretiva do CONMETRO versando sobre a fabricação de ônibus no Brasil. Ocorre que a nossa Legislação ficou defasada quanto às normas técnicas que a própria Legislação Federal exige para a fabricação dos ônibus.

 

O Sr. João Dib: V.Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, o Ver. Lauro Hagemann tem um projeto de consolidação e um projeto para transporte coletivo em Porto Alegre que tem que ser modificado como um todo. V. Exa. está citando algumas leis, mas se consultar os computadores do projeto “Cirel” vai ver que tem mais de 20 leis.

 

O SR. RAUL CARRION: Exatamente. Eu citei algumas essenciais, mas o que fizemos com o nosso Projeto de Lei? Essa pretensão de “consolidação”, foi buscar, pelo menos, nas normas técnicas do CONMETRO – Conselho Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial – aquelas questões, que entendemos mais importantes e que não estão contempladas na atual legislação, que mesmo uma consolidação, que se impõe, não resolveria. Nesse sentido nós tratamos a questão dos degraus que, nós sabemos, é um problema extremamente sério, principalmente para as pessoas idosas e enfermas, e o CONMETRO permite degraus mais baixos; nós optamos pelos valores mais baixos. Nós colocamos uma previsão quanto a distância entre os bancos; sabemos a dificuldade do passageiro que tem, pelo menos, 1,60m, de conseguir sentar sem que os seus joelhos, fiquem prensados contra o banco da frente; o nosso fotógrafo faz um sinal de concordância com a cabeça; um jovem que tem mais de 1,70m, sabe bem esse sofrimento; regulamentamos o assento do motorista, o assento do cobrador, a iluminação do cobrador e outras questões que já estão desde 1988 na Legislação Federal, para a construção do ônibus, mas não estão na legislação municipal. Por isso, esperamos o exame atento dos Srs: Vereadores e, se for possível, a sua aprovação este ano, Se não, fica como uma contribuição para a próxima legislatura. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no dia 22 de novembro vim a esta Tribuna para denunciar um valão existente na Rua Cruzeiro do Sul, entre a Dona Otília e a Dona Malvina. No dia 4 de agosto de 1995, encaminhei um Pedido de Providências que diz: “... conclusão da canalização do valão existente na Rua Cruzeiro do Sul, entre a Rua Dona Otília e a Rua Dona Malvina, na Vila Grande Cruzeiro.” Na justificativa, acho que o pessoal do Executivo não lê a justificativa. “O presente Pedido tem como objetivo resolver esse grave problema existente neste local. Ocorre que na Vila Barracão, ali existente, há muitas crianças que em dias de chuva brincam neste local, o que pode e deverá trazer doenças de pele, quando não ocorrer uma tragédia”.

No discurso do dia 22 de novembro de 96, um discurso longo, mas em uma determinada parte citei outra coisa: “Na rua Cruzeiro do Sul, entre a Dona Otília e a Dona Malvina tem um valão.” Já providenciei em umas fotos que estão aqui e acabei de mostrá-las. Lá em baixo, eu repito: “...antes que aconteça uma tragédia de uma criança se afogar naquele valão.” Parece que eu estava adivinhando que uma tragédia iria acontecer.

Na sexta-feira, 15h30min, trajeto normal, um táxi dentro do famoso valão! Um táxi, para não bater, desviou e se perdeu no areião e voou, literalmente, voou dentro deste valão. Naquele momento, parei meu carro para socorrer o motorista, um passageiro e uma criança que ficou submersa. Estou munido de fotos, discurso, Pedido de Providências.

Parece que eu estava adivinhando, 15 minutos após chegou o proprietário do táxi e eu me coloquei à disposição dele para mover uma ação contra o Executivo, eu tinha farta documentação para comprovar que este Ver. sobe a esta tribuna uma vez por semana, durante o mês para falar sobre aquele valão, nunca foi tomada nenhuma providência, nada é feito. Foram tiradas algumas fotos para documentar que poderia ter sido uma grande tragédia, porque se não houvesse o valão ele teria capotado. O que ocasiona isso? Será que aqui vem um vereador, no final de mandato, está auxiliando o Executivo para resolver o problema. Simples, como está nas fotos que estão circulando, é apenas colocar canos, esses canos foram colocados, em setembro, após este Pedido de Providência ter sido circulado pelo Executivo, se entendeu que finalmente esse problema seria sanado. Na sexta-feira, quase acontece uma tragédia.

Espero não precisar mais vir à tribuna para falar desse valão, porque a próxima vez que eu vier à tribuna, eu tenho a certeza que lá haverá uma tragédia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que a denúncia que o Ver. Luiz Negrinho fez, neste momento, da tribuna, conste como uma denúncia da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação desta Casa. Comissão que o Ver. Luiz Negrinho integra, e este Ver. preside. Que conste nos Anais da Casa essa denúncia, com a aquiescência do Ver. Luiz Negrinho. Solicito essa gentileza.

 

O SR. PRESIDENTE: As·taquígrafas anotaram o Requerimento de V. Exa. e tenha a certeza de que será encaminhado à Comissão.

 

O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente. Como membro da CUTHAB e com todo o respeito ao que o Presidente colocou, sugiro que o documento seja enviado à CUTHAB para que ela se pronuncie como um todo; ou, então, a declaração fica por conta do Sr. Presidente e do Ver. Luiz Negrinho, que não tem problema nenhum. Só votaria contra e com restrições.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a sua intervenção.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Uma questão importante, Sr. Presidente. A documentação pode vir à CUTHAB e necessariamente virá. Requeri que constasse como uma denúncia da CUTHAB; refaço o Requerimento, face à declaração do Ver. Clovis Ilgenfritz. Fica uma denúncia do Ver. Luiz Negrinho e do Presidente da CUTHAB.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere a Questão de Ordem de V. Exa.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Discussão GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2989/96 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 10/96, da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Sr. Prefeito Municipal a afastar-se do País, das 14h do dia 03 de dezembro às 20h do dia 05 de dezembro de 1996 do corrente ano, para viajar a Montevidéu.

 

Parecer

- da CCJ. Pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PDL nº 10/96 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer que os projetos das folhas 40, 42 e 43 (PLL nº 108/96, PLL nº 132/96 e PLL nº 149/96), que tratam de nomes de ruas e de título honorífico, fossem votados em primeiro lugar.

 

O SR. DARCI CAMPANI (Requerimento): Requeiro que, após os Projetos que o Ver. Jocelin Azambuja propôs, seja votado o da página 26 – PLL nº 157/95. Eu, como Ver. Suplente, não tenho oportunidade de estar em todas as Sessões aqui. Este é um Proieto de minha autoria, tendo a aprovação da grande maioria das Comissões. É um Projeto de tranqüila votação.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Requerimento): Eu gostaria que os processos da f1.7, PLCL nº 47/93, e da f1.8, PLCL nº 20/95, fossem votados em último lugar, porque estou esperando emendas do Poder Executivo.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja com os adendos.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1921/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que denomina Rua Adolfo Anele um Logradouro público, localizado no Loteamento Vila Safira.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Luiz Negrinho: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 108/96 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2130/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que denomina Rua Manoel Sadi Chaves de Vargas um logradouro público localizado na região conhecida como Lomba do Pinheiro.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 132/96 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 2394/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 149/96, de autoria do Ver. João Motta, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Jacques Távora Alfonsin.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação nominal. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO o PLL nº 149/96 por 27 votos SIM.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2649/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/95, de autoria do Ver. Darci Campani, que autoriza o Executivo Municipal a criar a Exposição Municipal de Agropecuária.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Vera. Maria do Rosário: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, em votação.

O Ver. Darci Campani está com a palavra, para encaminhar, como autor do Projeto.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como Engenheiro Agrônomo e Professor da Universidade, nós temos um Projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, junto com a EMATER e a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio para incentivar e dar o aporte técnico para o aumento da produção agrícola do nosso Município, conforme todos os Vereadores sabem, 30% da área do Município de Porto Alegre ainda tem a sua utilização rural, apesar de representar apenas 1% da população, mas a sua área ainda é bastante vasta, sendo que existe, constantemente, pela pressão imobiliária, transformação de áreas produtivas em áreas de sítios, de lazer, que é um movimento normal em todo o nosso Planeta, de áreas próximas a grandes centros urbanos serem transformadas em áreas de lazer. Mas o Município, enquanto poder público, tem que se preocupar pelo barateamento da cesta básica da nossa população e o barateamento passa pela produção mais próxima da fonte de consumo. E nós temos em Porto Alegre um mercado bastante grande de consumidores que, hoje, tem a grande parte de seus produtos hortifrutigranjeiros trazidos de São Paulo e de outros Estados.

Em recentes estudos, em períodos anteriores, realizados pela METROPLAN, nos indicavam que apenas 5% dos produtos comercializados na nossa CEASA eram produzidos no Município de Porto Alegre.

Então, nós entendemos que o Município precisa ter uma política mais agressiva, mais positiva em cima da sua produção rural e um dos momentos para divulgar e melhorar a produção agrícola de um Município são as Feiras. Haja vista a Feira de exposição a nível internacional, que é a EXPOINTER que ocorre em Esteio, é o momento onde os agricultores e os produtores se encontram para trocas de tecnologia, também. Não é só aquele encontro do leilão, o encontro do olhar que o vizinho está com um rebanho um pouco mais bonito, mas, ali, também, se tem a troca tecnológica, a melhoria da qualidade genética dos animais que estão no nosso Estado, com a importação de novas características genéticas de animais que são comercializados, com a exportação do nosso potencial genético de produção animal, e nessas feiras esses espaços ocorrem em todo o Brasil. É difícil um município que tenha a área rural que tem Porto Alegre, 30%, não tenha sua feira agropecuária. Estamos complementando.

Como há problemas de vício de origem, estamos sugerindo ao Executivo, portanto um projeto autorizativo, que ele implemente a feira de agropecuária de nosso Município como ponto de encontro dos produtores deste Município, como ponto de troca de experiência, como ponto de importação e exportação do nosso potencial genético de produção animail.

Por esses motivos, solicito aos companheiros que votem a favor do Projeto, dando mais esse instrumento para que a agricultura do nosso Município se fortaleça. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Quero, em primeiro lugar, cumprimentar o Ver. Darci Campani, eis que o Projeto é objetivo, tem o defeito da autorização, mas isso é da essência dessa atividade.

Quero dizer que vou votar favorável. Acredito que os Vereadores desta Casa votarão favorável, pelo alcance, pelo que pretende o Projeto, eis que Porto Alegre tem uma área de producão agrícola importante, e os municípios brasileiros precisam buscar alternativas que dêem oportunidade à agricultura e especialmente quando trata-se de uma Capital de Estado, como Porto Alegre, onde temos, por exemplo, maior produtor de pêssego de mesa do País. Isso é importante e é um ponto de referência em termos de produção do nosso Município. Daí por que um evento que trate de caráter cultural, técnico e comercial para incentivo da produção agricola é importante.

Faço este encaminhamento até para registrar o que apresentamos e aprovamos em 1989, de minha autoria, um Projeto que cria, em Porto Alegre, a Casa do Agricultor, ou seja, um ponto onde o agricultor produza na área rural e revenda o seu produto diretamente ao consumidor. Em l993, o Ver. Pedro Américo Leal apresentou um Projeto de Lei para ampliar aquele Projeto que também foi aprovado e é importante pois faz com os nossos sindicatos e cooperativas de produtor rural tenha este espaço garantido. Até o presente momento não foi implementado. Oito anos do Projeto original, quatro anos da proposta do Ver. Pedro Américo. Tenho uma correspondência escrita do Executivo Municipal que diz que a partir da conclusão das obras do Mercado Público teremos esse espaço para o produtor de Porto Alegre. Acredito que então teremos na Casa do Produtor um espaço para a revenda direta e um evento anual importante para a Cidade segundo o objeto que V. Exa. propõe no seu Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Pedro Ruas, para encaminhar.

 

O SR.PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu encaminhamento é favorável; acho que devemos aprovar o Projeto do Ver. Darci Campani.

Quero salientar alguns aspectos que me parecem ser de muita importância para as demais votações, nesta Casa, que envolvam projetos autorizativos. O projeto autorizativo não tem sido visto com bons olhos nesta Casa. Acho, com todo o respeito, pois já encaminhei favoravelmente, que nós não devemos, efetivamente, incentivar o projeto autorizativo. Eu posso, por exemplo, amanhã, autorizar o Município a construir 850 postos de saúde em Porto Alegre. E aí eu quero ver o Executivo cumprir. Vou autorizar! Eu vou autorizar o Executivo Municipal a criar centros especiais de atendimento à criança com alimentação três vezes ao dia e salário mínino para os pais ou responsáveis. Eu autorizo! Autorizo a criação de ciclovias, de ferrovias; autorizo a criação de 5 mil novos empregos a cada mês; autorizo o que eu quiser em Porto Alegre! Faço o projeto autorizativo que eu quiser! Eu autorizo em Porto Alegre o que eu quiser, literalmente!

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero que seja lembrado no futuro, porque no futuro haverá projetos de outros Vereadores, e não faltará um Ver. que venha a esta tribuna, e tenho a certeza de que – como é na maioria das vezes – será da Bancada do Governo. Dizendo que o projeto autorizativo é demagógico, é hipócrita, prejudica a cidade, joga o Prefeito contra a população. O que traz a esta tribuna é justamente o alerta, porque voltarei a este tema. Nós, na verdade, em projetos autorizativos, não temos uma regra única na Casa. Nós examinamos o mérito e isso é um problema. Porque o próximo projeto autorizativo que realmente autorizar algo importante para a cidade, eu quero ver a contestação nesta tribuna, pelo fato de ser autorizativo. Porque a autorização, Ver. Elói Guimarães, experiente Vereador de 5 mandatos nesta Casa, comporta tudo. A autorização comporta tudo, ela não tem limites.

Não quero cercear a capacidade legislativa dos Vereadores e desta Casa. Ao contrário: deixei de apresentar inúmeros projetos que não tinham essa característica absurda que dei como exemplo antes, apenas porque várias vezes a Casa, e a Comissão de Justiça em especial, se manifestava contra o projeto autorizativo. Convenci-me desse argumento. Agora, com a aprovação desse projeto – Ver. Pedro Américo Leal, não venha depois V. Exa. me dizer que isso é uma autorização absurda. O autorizativo comporta tudo. Tudo! Não tem limites. Fica apenas na imaginação de cada Vereador. E aí, com a autorização dada pela Câmara, o Prefeito vai explicar para a população porque não faz o que a Câmara autorizou.

Quero lembrar a V. Exas. que desde 1989 temos uma Lei em vigor – não é um Projeto - em Porto Alegre, que criou o transporte hidroviário de passageiros e que não é cumprida, não é implantado o sistema; e o argumento do Executivo tem sido de que a Lei tem que ter caráter autorizativo. E não tem, mas tem sido esse o argumento. Cautela, Vereadores, para os próximos projetos autorizativos, porque esse será aprovado, esse derruba os argumentos contrários aos do futuro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Essa matéria é muito importante, tanto que o Ver. Airto Ferronato lembrou-se de que eu havia feito um Projeto secundando a ele ao mesmo respeito. Quanto aos projetos autorizativos, todos os projetos são autorizativos. O Executivo faz se quiser. V. Exa. está abanando em negativa, mas faz se quiser. Não é obrigado a aprovar um projeto da Câmara Municipal nem da Assembléia, nem da Câmara Federal, tampouco do Senado. Todos os projetos são autorizativos. O projeto autorizativo é uma sugestão de um vereador.

É claro Ver. Pedro Ruas que V. Exa fez a colocação por absurdo. Imagine se um vereador propõe criar quatrocentos postos de saúde. Evidentemente que se ele autoriza o Executivo a construir quatrocentos postos de saúde é deseqüilibrado, cairia no ridículo, mas foi V. Exa. que citou o exemplo. Eu até nem ia tocar no assunto.

Agora, quanto ao projeto autorizativo é a alma de uma câmara e de uma assembléia. Assim como o aparte anti-regimental é a alma do plenário. Mas em que termos? Os mesmos termos em que o veneno é usado como remédio. A intensidade desses projetos autorizativos são de acordo com o bom senso do elenco dos vereadores. Um vereador que faz vinte projetos autorizativos por mês e todos eles caem no ridículo e cai, também, o Vereador no ridículo. Com os projetos se vai o vereador. O projeto autorizativo é uma sugestão.

Vejam Vossas Excelências, eu apresentei aqui um projeto autorizativo para que o Prefeito fizesse um grupamento para o Corpo de Bombeiros. Porto Alegre vai ter um Corpo de Bombeiros e dia 15 de dezembro é a inauguração. Uma maravilha. Uma pirâmide de Louvre, de cristal em Porto Alegre. Por quê? Porque tem uma cobertura de acrílico, açambarcando completamente as pendências aonde fica a tropa.

Portanto, eu mexi com ex-ministro Britto que nos deu o terreno. O governador Collares que colocou a Brigada Militar à disposição. Eu mexi com o Prefeito Tarso Genro. Eu, Vereador do PPB.

Então, ensejamos a Porto Alegre um Corpo de Bombeiros à 200 m da Praça G1ênio Peres.

O Poder Executivo pode tomar o pulso da Câmara, sabendo que ela está sugerindo, com oportunidade e brilho, a que ele faça alguma coisa que não se lembra. A Câmara vem e dá uma sugestão para o Prefeito sobre os problemas do Poder Executivo. Não concordo com V. Exa., acho que todos os projetos são autorizativos. Reclamo para que a Câmara para que todas as casas legislativas ofereçam oportunidade aos seus pares, seus Vereadores, Deputados e Senadores para que possam fazer alguma coisa como se fez no problema do Corpo de Bombeiros. Era isso.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 157/95. O Ver. Luiz Negrinho solicita votação nominal. (Após a chamada.) APROVADO por 25 votos SIM, 01 voto NÃO e 03 ABSTENÇÕES.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2575/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/96, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que acrescenta o inciso XX ao art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. (prazo para o Prefeito manifestar-se quanto a Pedido de Providências)

 

Observações:

- discussão geral nos termos do Art. 130, §§ 1º e 2º, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia nos termos do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão – 1ª. Sessão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0904/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/96, que altera os limites da AF de Interesse Público 37 e ajusta os limites do Corredor de Comércio e Serviços 51 e do Polo de Comércio e Serviços 75 da UTR 45 da UTSI 35.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. O Ver. Artur Zanella está com a palavra para encaminhar o PLCE nº 03/96.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr.Presidente e Srs.Vereadores, o presente Projeto de Lei está dentro, ou não, daquela tese de se vão votar assuntos referentes ao Plano Diretor antes da aprovação do Plano. Neste caso, é uma alteração no Plano Diretor de Porto Alegre e decorre de uma solicitação do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, porque o Grêmio precisa regularizar suas construções. Não está escrito no Processo, ou está escrito no Projeto, mas, na verdade, a única parte do Grêmio que está regularizada é a parte referente à concentração interna. O resto todo está em desacordo com o Plano Diretor ou não tem habite-se, etc. E isso tem ser dito aqui, que esse assunto simplesmente adapta o Grêmio ao que já existe. O que não é verdade. Aquela parte fronteira à Esplanada do Vaticano será transformada e ali serão permitidos alguns equipamentos, comerciais principalmente.

Gostaria de dizer que estudei esse assunto profundamente e considero os Clubes de Futebol e os Clubes Sociais uma parte integrante do Poder Público no que concerne a áreas de lazer e de esporte. Então, aquele esporte e aquele lazer que a Prefeitura, o Estado, o Município deveriam oferecer, e não o fazem, é feito pelos clubes, por isso eu acho e considero que os clubes devem receber o maior apoio possível. Nós já aprovamos, para o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.

O Ver. Nereu D'Ávila parece-me que foi o autor – autorização para a construção de um posto de gasolina e equipamentos comerciais na área em frente ao Jockey Club, que foi impedida, depois, pela Prefeitura Municipal. E queremos dizer que votaremos favoravelmente – eu, que sou Conselheiro do Sport Club Internacional – mas gostaríamos que o Internacional tivesse o mesmo tratamento. O Sport Club Internacional está construindo uma Vila Olímpica para jovens, a maior parte deles pobres, sem condições e essa construção foi interditada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, porque quer discutir a situação dos terrenos que não são aqueles onde está construída essa Vila Olímpica.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós gostaríamos que estivéssemos votando assuntos do Grêmio e até do Internacional. Nós temos, aqui, dois pesos e duas medidas: para o Grêmio tudo; para o Internacional uma interdição da construção da Vila Olímpica.

Gostaríamos, também, Srs. representantes da Prefeitura Municipal que aqui estão, Ver. Clovis Ilgenfritz, especialmente, que acompanhou este Projeto e acompanhou o outro Projeto também, que ambos os clubes tivessem a mesma boa vontade que nós vamos ter nesta tarde, ao aprovarmos este Projeto. Quero deixar bem claro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense é extraordinariamente beneficiado: todo aquele muro que existe na avenida Cascatinha, hoje avenida Érico Veríssimo, Gastão Hasslocher Mazzeron, toda aquela área poderá ser utilizada pelo Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense para comércio, lojas, restaurantes, lojas de conveniência. Nós estamos dando uma ajuda, hoje, ao Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, a Prefeitura está dando; nós queremos que o Internacional tenha o mesmo tratamento.

Eu já estou cansado de ouvir que o Internacional invadiu terreno do município, que construiu em cima de terreno do município, o que não é verdade. O Internacional construiu em cima de 4m do município, no Gigantinho, mas por culpa dos topógrafos da Prefeitura. Naquelas áreas onde existem os campos esportivos do Internacional, que atendem às escolinhas, não houve invasão nenhuma. Quando se criou a chamada Vila Cai-Cai, que estava invadindo aquelas áreas, o Diretor-Geral do DEMHAB, autorizado pelo prefeito Guilherme Socias Villela, autorizou o Internacional a proteger aquelas áreas contra a invasão. Eu digo isso com tranqüilidade porque o Diretor Geral do DEMHAB, à época, era eu e quem autorizou o Internacional a ocupar aquela área e impedir a invasão fui eu, com autorização do Prefeito Municipal, para evitar que se transformasse em mais um centro de malocas na Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu gostaria de poder contar com o Projeto aqui na Mesa, - o que agora eu já conto; para explicar e para partir de uma afirmação primeira, que eu acho fundamental. O Ver. Zanella em nenhum momento manifestou posição contrária à aprovação desse Projeto. Se alguém tiver alguma dúvida sobre isso, eu faço questão de esclarecer. Em última análise, o que houve foi um pronunciamento do Ver. Artur Zanella que reclamado que ele entende ser um mau tratamento do Executivo para com o glorioso Sport Club Internacional, clube do qual ele é Conselheiro.

Em verdade, o Projeto de Lei que aqui tramita e que se diz ser do interesse do Grêmio Porto-Alegrense é de iniciativa do Executivo Municipal, que o encaminhou para esta Casa em 29 de março do corrente ano, muito tempo antes de se cogitar do envio, a esta Casa, do Projeto do Plano Diretor. É importante que se diga que ele foi objeto de uma solicitação do Grêmio Porto-alegrense em 1994, que pediu algumas providências do Município, que, durante todo esse tempo, por meio de várias comissões, da Secretaria do Planejamento, da Secretaria de Obras, fez os exames devidos, fez as propostas aqui consubstanciadas, que mereceram um exame apurado por parte da Comissão de Finanças e Orçamento, onde o Projeto esteve por 120 dias, tendo merecido, inclusive, os esclarecimentos solicitados pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, para só depois receber o parecer favorável do Ver. João Antonio Dib.

As breves indagações formuladas pelo Ver. Artur Zanella esão plenamente esclarecidas no Projeto. São brevíssimas. Ele fala, com propriedade, que o Projeto regulariza o que está construído na área, construções essas que, sabemos, datam de 40 anos passados e que, na sua totalidade foram inauguradas com a presença das autoridades maiores do Município e do Estado, de modo a se poder dizer que não houve nenhuma clandestinidade nesse fato. Em verdade, se diria que um fato público e notório dispensa comprovação, e a existência do Estádio Olímpico e de todo os equipamentos a ele adjacentes já estão inseridos no cotidiano, na vida urbana de Porto Alegre, e ninguém, de sã consciência, haveria de, algum dia, pretender anular aquela realidade viva. Se se não regularizam as construções, o que se vai fazer, Ver. Darci Campani? Determinar que as construções sejam derrubadas? Não! Isso seria um espasmo a que ninguém iria chegar neste Legislativo, onde homens e mulhees de bom senso têm assento. Em verdade, há um ajustamento do corredor que hoje margeia o Estádio Olímpico, que é simplesmente prolongado. O que hoje é permitido no entorno passa a ser permitido em toda a extensão da Rua Gaston Mazeron, constituindo nisso a única inovação efetiva que o Projeto permite. Porque, vamos convir, dizer que o Projeto aumenta a extensão do pólo de comércio e serviço e que dá uma definição urbanística ao corredor 51 é apenas contribuir com o objetivo do ajustamento daquela realidade. Porque, por exemplo, na extremidade deste corredor há um posto de gasolina construído com autorização do Município já dentro deste estudo global que está sendo feito para redefinição da área.

Então, quero dizer para todos os Senhores, companheiros e companheiras com assento nesta Casa, que o Ver. Artur Zanella, inteligentemente reivindicou em nome do seu clube, mas por óbvio não levantou óbice que impeça que nós, com a maior tranquilidade, acompanhemos os relatórios do Projeto, todos eles aprovados por unanimidade e que definem com clareza o sentido do Projeto que consagra em definitivo uma realidade que Porto Alegre, Rio Grande, o Brasil e o mundo conhece. Quem não sabe, que entre a Carlos Barbosa e a Gaston Mazeron e o Largo dos Campeões se situa o Complexo do Estádio Olímpico com todos os seus equipamentos e, inclusive, com aquele Ginásio que se transformou hoje numa área administrativa, pois por equívoco de proposta teve um tipo de cobertura que se mostrou inadequada.

Então, Sr.Presidente, esse Projeto nada mais faz do que adequar a realidade fática com o cotidiano da Cidade, sobretudo com os regimes urbanísticos hoje vigorantes. Eis que quando foram edificados aqueles equipamentos o regime urbanístico da Cidade era outro. Aquela área do Estádio Olímpico, quando da sua ocupação, não era área de ocupação urbana, era uma área ocupada de forma irregular por famílias carentes e a colocação do Estádio Olímpico naquela área permitiu que a Vila Caiu do Céu pudesse ser urbanizada. Era isto que eu trazia como contribuição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para um esclarecimento para fins de votação. A partir do pronunciamento do Ver. Artur Zanella, este Vereador se preocupou com duas questões e formula à Mesa duas perguntas: primeiro, há no presente Projeto doação de qualquer espécie ao Grêmio Football porto-alegrense? segundo, há no presente Projeto alteração do índice urbanístico de construção para o local?

 

O SR. PRESIDENTE: Ao primeiro quesito respondo que não; ao segundo, sim. Isso no entendimento não da Presidência, mas deste que, neste momento, preside os trabalhos, sem querer polemizar. Inclusive a Mesa pode ouvir, se V. Exas. entenderem necessário, a Procuradoria da Casa para emitir um Parecer oficial.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): Sr. Presidente, para um esclarecimento. A alteração dos limites da área funcional de interesse público e o ajustamento aos limites do corredor de comércio e serviços 51, e do pólo de comércio e serviços 75, da UTR 45, e da unidade territorial seccional intensiva 35, o Projeto não trata de índice construtivo, trata, isso sim, de adequação no que diz respeito ao tipo de ocupação permitido na zona. Não houve necessidade de mudança no índice construtivo, porque a mudança já permitiria o tipo de edificação por tratar-se de área funcional.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, estamos em dúvida. V. Exa. fez uma afirmativa que preocupou a Casa, e tendo em vista que estamos na iminência de votar o Plano Diretor, em tratando-se do mesmo sentido, até para efeito de cautela, requereria a Mesa que a Procuradoria nos desse um esclarecimento sobre o assunto. Eu requereria que fosse para a Procuradoria, para que nos desse uma luz a respeito.

 

O SR. PRESIDENTE: O Projeto seguiu·uma tramitação regular e normal. A única coisa que assiste a V.Exa, regimentalmente, é pedir um adiamento de Votação, nem de Discussão cabe mais, porque ele está no processo de Votação.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Como a matéria está inclusa na Ordem do Dia por força do art. 81., requeiro a V. Exa. informação ao Plenário de quem requereu o art. 81.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol. Nos autos consta, às fls. 7 e 8, Parecer da Comissão de Constituição e Justiça lavrado em 07 de maio de 1996, aprovado por unanimidade. Depois é o da Comissão de Finanças e Orçamento com as manifestações dos votos no âmbito da Comissão já manifestas a V. Exas. O Relator foi Ver. João Dib.

 

O SR. PEDRO RUAS (Esclarecimento): Não há Parecer da CUTHAB?

 

O SR. PRESIDENTE: Não. Os Pareceres são da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Finanças e Orçamento.

O Ver. Fernando Záchia está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, atentamente olhando o Processo vejo que os relatores foram Reginaldo Pujol, da CCJ, e Ver. João Dib, da CEFOR. Dois ilustres Vereadores, dois ilustres conselheiros do Grêmio que certamente relataram uma das maiores preocupações e com a maior competência.

 

O Sr. Reginaldo Pujol (aparte anti-regimental): V. Exa. não pode me fazer essa injustiça.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Por isso que estou votando favoravelmente, porque se fosse outro relator não tenha dúvida que teria minhas preocupações. Quando soube que foi V. Exa. que deu o Parecer na Comissão de Justiça no dia 07 de maio e pede o 81, com razão, eu estranho somente que a morosidade desta Casa não fez com que a CUTHAB desse o Parecer e era a Comissão mais importante para dar esse Parecer, a Comissão mais técnica possível.

Divirjo um pouco do Ver. Zanella quando ele dizia que se se está-se dando isso ao Grêmio tem que se dar ao Internacional. Estranho isso porque o Internacional tem tratativas com esta mesma Prefeitura há mais de ano, para que o Internacional possa regularizar uma área que é sua. O Internacional não está pedindo para construir comercialmente onde não poder ser construído, ele está construindo na sua área registrada, uma Vila Olímpica e a Prefeitura entendeu, não sei por quê, embargar essa obra três meses e até hoje o Internacional está com a obra parada.

Fomos falar com o Prefeito Tarso Genro, este Vereador, o Presidente do Clube, o Presidente do Conselho do Internacional e o Prefeito dizia, o “embaixador” é testemunha, que dali a 10 ou 15 dias ele faria uma Comissão, a qual um membro do Internacional participaria para que pudesse, de uma vez por todas, resolver essa questão. Já passaram-se 4 meses e o Internacional está esperando a formação dessa Comissão ou que seja combinado, acho que é só gremista na Comissão, nos Pareceres aqui da Câmara, alguma coisa faz com que penssemos isso. Então, é essa a diferença, Ver. Pujol, não por parte de V. Exa., mas por parte do Executivo. O Executivo faz um grande acordo aqui para aprovar uma área do Grêmio, para regularizar a área do Grêmio e o Ver. Clóvis que conhece muito bem e ele dizia que aquela área na frente do Grêmio na praça do Papa, na rota, a Esplanada do vaticano, me auxilia o Ver. Dib e sabe que aquela área comercialmente é muito interessante, diferentemente do Internacional. O Internacional não quer mudar o regime, não quer transformar em área comercial, o Internacional quer somente fazer de sua área campo para treinamento para meninos.

Essa área que o Grêmio transforma em comercial seria uma área de excelente localização para fazer campo de treinamento. Hoje as categorias inferiores do Grêmio têm que ir a Eldorado do Sul ou ir na frente do Jóquei Clube porque o Grêmio alega, por soberbas razões, que não tem espaço para fazer campo de treinamento. Ora, é claro que não tem. Estão mudando o regime para poder fazer comercial! Por que o Grêmio vai querer fazer campos amadores? O Internacional está querendo regularizar a sua área, que é escriturada, transformando em campos suplementares, fazendo uma Vila Olímpica onde poderá hospedar 180 meninos, provavelmente de categorias de classes sociais inferiores e não existe boa vontade da Prefeitura, do Prefeito Tarso Genro, do “Embaixador”, do Secretário do Planejamento, do Secretário da SMOV, porque há 4 meses não tramita. O “Embaixador” diz nos corredores desta Câmara aos Assessores: “Não entendo como o Záchia manda contra o acordo de Mesa se eu estou ajudando a resolver a questão do Internacional”. “Embaixador”, mais 4 anos de Mandato, quem sabe V. Exa vai-me ajudar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Desejo saber se este Vereador pedir, agora, um adiamento por duas sessões, a votação desse Projeto pode ainda ter o Parecer da CUTHAB nesse período.

 

O SR. PRESIDENTE: Não, em nenhum período. Ele está sob a exegese do art. 81. Só adiantaria se as cinco sessões o levasse para a próxima Legislatura, o que anularia todos os atos.

 

O SR. PEDRO RUAS: Quem apresentou o Projeto e quem deu o Parecer é o responsável. Eu não vou pedir esse adiamento.

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós entendemos que o pedido de ingresso neste Plenário da votação do art. 81, em função de que estamos nas duas últimas semanas desta Legislatura, é pertinente.

Também concordo com o Ver. Pedro Ruas que seria importante um parecer da CUTHAB, mas, por via das dúvidas, nós tomamos todas as precauções, porque como membro da CUTHAB, Vereador da Bancada do Governo, não queria incorrer em nenhum erro que pudesse deixar dúvidas.

Um ponto específico levantado, sobre o posto de gasolina, um posto BR que tem próximo à rótula do Vaticano, do Papa, esse posto foi aprovado em 1992, por determinação do Conselho do Plano Diretor, depois de longa negociação onde a Prefeitura fez uma série de exigências que foram cumpridas pelo proprietário, no caso, o Grêmio.

O segundo aspecto, que é importante, acho que o Ver. Artur Zanella colocou nesse sentido, embora ele tenha feito um discurso tentando contrabandear as questões para o Internacional. Na verdade não dá para comparar esse Projeto, alguns vereadores conhecem o assunto, o Assessor, Arquiteto, e Coordenador da Bancada Adalberto Heck também conhece o assunto desde o seu planejamento, enfim, estamos tranqüilos em dizer que ali é uma área funcional que precisa ter regime urbanístico, o que está se fazendo é dar o regime urbanístico existente na região para aquelas áreas que o Grêmio não vai utilizar para o esporte, porque elas estão tomadas por construções antigas e vão continuar sendo áreas ou de moradias, ou de comércio, e o regime urbanístico ali é área funcional de interesse público. Então estão sendo dados os regimes tanto na Carlos Barbosa, quanto na outra parte, procurei fazer o desenho, onde já existem terrenos construídos, o posto, o ginásio, o campo, o acesso que existe numa rua chamada Largo dos Campeões, e o Largo do Vaticano. Essas coisas são claras, não seria bom para nós vereadores, como representantes do povo, para o Governo, deixar um projeto por mais 4, 5 meses sem aprovação se ele está com toda documentação perfeita, dentro dos trâmites regimentais; eu acho que temos que aprovar. Não temos dúvidas que o assunto foi encaminhado com toda cautela e cuidado.

Com relação ao Internacional, foi estabelecido pela Lei que nós aprovamos no fim de 1992 ou 1993, ainda no Governo Olívio, o que está faltando aqui, é um regime urbanístico para toda a área do Internacional, inclusive legalizando o seu perímetro, a poligonal.

O existiu depois foi uma demanda judicial com relação às duas emendas feitas pelo Ver. Dilamar Machado e que não foram aceitas pelo Governo. O Tribunal deu ganho de causa para o Governo para aquelas duas Emendas que foram consideradas inconstitucional, o resto passou. Hoje, não pudemos incluir na Pauta dessa discussão uma outra negociação que está acontecendo com relação ao Parque Olímpico que o Ver. Záchia se referiu, mas que, possivelmente, nós tenhamos que colaborar no sentido de que se dê uma solução imediata para isso, para que o Internacional não fique esperando por toda a vida.

Nós ainda estamos tratando aqui de esclarecer aos Srs. Vereadores o ponto de vista do Governo para que o Projeto possa ser votado tranqüilamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Peço que a Mesa informe a este Vereador, quando possível, por que o presente projeto saiu da Comissão de Economia Finanças e Orçamento em 29.05.96, e chegou até esta data na CUTHAB, que era a última Comissão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai interromper a Sessão devido à relevância do questionamento.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h 42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h 47min.): Reabriremos os trabalhos e esclarecemos as datas do andamento do Processo em face da relevância do questionamento. Em 16 de maio na Comissão de Constituição e Justiça; 23 de maio na Comissão de Finanças e Orçamento, Ver. João Dib; em 28 de junho para avaliação na Comissão de Finanças e Orçamento, onde faltaram plantas; em 02 de agosto saiu em diligência para o Executivo, e retornou em 04 de setembro; novamente, um pedido de diligências em 05 de setembro, e retorna ao Executivo; em 30 de outubro retorna ao Legislativo o Projeto. Em 05 de novembro é retomado o processo de tramitação legislativo, nesta Casa. Espero que tenha respondido a V. Exa.

 

O SR. PEDRO RUAS: Adequadamente, eu me dou por satisfeito. Apenas registro que a data do relatório, antes das diligências, era a de 19 de maio, Ver. João Dib.

 

O SR. PRESIDENTE: O relatório era de 29 de maio, mas a sua aprovação é de 07 de 11, porque quando esteve na Comissão de Finanças ele teve todas essas diligências.

 

O SR. PEDRO RUAS: Este Vereador se dá por satisfeito, obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Peço que me informe sobre a data em que foi votado o Parecer na Comissão de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE: Em 07 de maio, V. Exa. prolatou o relatório, e foi aprovado em 16 de maio.

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLCE nº 03/96.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O que se pretende aqui é, absolutamente, normal, simples. Não é a alteração do Plano Diretor: pretende-se definir o regime urbanístico, ou seja, toda área que está incluida no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano que não tem índices definidos, que o serão na medida das necessidades, como aconteceu com as áreas do Centro, e está acontecendo aqui com o Grêmio Futebol Porto-Alegrense.

E para falar ao meu amigo, Secretário eminente, Luiz Fernando Záchia, quero dizer que, quando da escritura da área do Esporte Clube Internacional em 1967, estando presente toda a direção desse Clube, e o Prefeito na época, também colorado, os Srs. Célio Marques Fernandes, o Secretário Diogo Antônio Pastor, foi dito que não assinariam nada se o Assessor Engenheiro, que era gremista, não estivesse presente, porque este havia cuidado com a tranqüilidade e a responsabilidade que lhe competia de acrescer 11 metros à área do Esporte Clube Internacional, na área da Padre Cacique, Então, o Parecer aqui, para o Grêmio Futebol Porto-alegrense, também é isento, é absolutamente simples, não precisava nem fazer a Exposição de Motivos enorme que o Executivo fez, porque trata-se de fixar os índices que não existiam. Então, favoravelmente, sem nenhum problema para a Cidade, sem problema nenhum para ninguém; solução para um monte de gente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Solicitei aos companheiros para encaminhar esse Projeto, porque, na verdade, me preocupou muito a manifestação do nosso Presidente da CUTHAB, Ver. Pedro Ruas, e também do Ver. Fernando Záchia. Na verdade, o Projeto tem um significado muito grande, representa alterações que, sem dúvida nenhuma, merecem uma análise profunda e, não me sinto a vontade de votar essa matéria, porque esse Projeto não passou pela Comissão mais importante, que seria, justamente, a Comissão de Urbanismo desta Casa. Sem a posição desta Comissão, nós ficamos sem um detalhamento maior, sem uma análise mais aprofundada, justamente da questão técnica que envolve esse tipo de Projeto. Então, a preocupação do Ver. Pedro Ruas, no sentido de que se há, ainda, a possibilidade de a CUTHAB analisar, acho que é fundamental, porque é a Comissão que realmente está ligada à matéria. E não é uma simples matéria que está tramitando. Na verdade, o Ver. Fernando Záchia falou em relação à área junto ao Sport Club Internacional, e eu sou testemunha de que há anos se vem gestionando, junto ao Executivo Municipal, a busca de soluções e, até hoje, não houve nenhum avanço no Executivo Municipal, eu mesmo estive reunido com o Presidente do Sport Club Internacional, há cerca de dois anos, conversávamos a respeito desta situação, outros Vereadores desta Casa também conversaram, mas até hoje, não houve avanço neste aspecto, que é necessário, também.

Há uma necessidade de regularização desta área, que lá está sem uma definição por parte do Executivo Municipal. Por essa situação de não termos um Parecer técnico da Comissão mais importante da Casa para análise da matéria, eu me sinto sem condições de votar esta matéria. Razão pela qual encaminhei um Requerimento à Mesa, solicitando o adiamento por05 Sessões desta matéria, para que possamos ter a análise, na próxima Legislatura, da Comissão de Transporte e Urbanismo. Eu não vou votar a matéria na próxima Legislatura, mas o Ver. Pedro Ruas que estará na Casa, talvez na própria Comissão, poderá, junto com os demais Vereadores que permanecerão, fazer um exame mais detalhado da matéria. Eu, hoje, não me sinto em condições de votar esta matéria, porque não sei a extensão do que representa isso no Projeto de alteração urbanística que vai ser feito naquela área. É uma situação semelhante à situação do Sambódromo. Era só uma rua, tinha muitas outras coisas em volta daquela rua. No fim, não era só aquela rua.

Então, eu acho que esse tipo de matéria tem que ser analisada na sua totalidade, saber o que representa isto no sentido de alteração. Eu não pude nem passar a matéria para a minha asessoria técnica, porque normalmente aguardo o Parecer da Comissão Técnica respectiva para depois poder fazer uma avaliação melhor. Então, eu fico com o encaminhamento do adiamento da votação dessa matéria por cinco sessões, e o Plenário decida o que achar melhor. Confesso que não me sinto à vontade para votar a matéria sem o Parecer da Comissão de Urbanização desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Questão de Ordem com o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Só para um esclarecimento: cabe o Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja neste momento Processual? Se cabe, quero me inscrever para sustentar o contrário.

 

O SR. PRESIDENTE: Esclarecemos, não somente ao Ver. Reginaldo Pujol, mas ao Plenário, que estava sendo encaminhada a votação do Projeto. A Mesa vai apregoar o Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja, e colocaremos à votação do Plenário e, aí, cabem os encaminhamentos no que diz respeito ao Requerimento.

Requerimento de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, solicitando que seja adiada a votação por cinco sessões do PLCE 03/96.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI: Um esclarecimento. Pergunto à Mesa se, aprovado o Requerimento do nobre Ver. Jocelin Azambuja, teremos como votar esse Projeto na atual legislatura.

 

O SR. PRESIDENTE: Impossível, Vereador, por que hoje é dia 02. Dia 13 a Casa entra em recesso.

Em votação o Requerimento. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Na verdade, nós não temos essa figura no Regimento Interno e me sentiria mais à vontade para encaminhar na condição de Presidente da CUTHAB do que propriamente pelo PDT, porque não tivemos uma discussão de Bancada que têm assento nesta Casa. Faço esse registro inicialmente. E digo, temos uma solução mais prática.

O Ver. Jocelin Azambuja, com o maior interesse pelo patrimônio público, que, aliás, é compartilhado pelos demais membros desta Casa, coloca o Requerimento para adiamento por cinco sessões. Tenho uma sugestão, Ver. Jocelin Azambuja, que preenche a expectativa do Ver. Milton Zuanazi, se consegui apreender exatamente o que S. Exa. queria. Não quer este Vereador também ser questionado sobre o aspecto pura e simples, de um adiamento onde não seria ouvida, de qualquer forma, a CUTHAB.

O grande objetivo da nossa discussão é o exame pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação sobre um projeto deste teor. Por isso que acho que, em primeiro lugar, a Casa tem que tirar da discussão o aspecto clubístico de Grêmio e Internacional. Trata-se aqui de uma entidade privada e,·mesmo que tenha atividade pública, é uma entidade privada como qualquer outra. Este Vereador, na condição de Vereador – e não como cidadão que tem o seu clube particular, que, por sinal, é o Grêmio -, não pode analisar sob a ótica do gremista ou do internacionalismo. Temos que analisar sob a ótica do interesse da cidade. A sugestão que faço é de que se retire o Requerimento de votação pelo artigo 81. Este Vereador que está na tribuna na condição de Presidente da CUTHAB, garante um parecer no tempo hábil para votação nesta Legislatura. Sendo retirado o artigo 81, entregue agora este projeto à CUTHAB, parece-me que preenche a exigência maior do Ver. Jocelin Azambuja e de toda a Casa. Nós teremos - é a palavra deste Vereador - o Parecer da CUTHAB em condições de votação do Projeto nesta legislatura.

Então, faço o encaminhamento neste sentido. Peço que o meu tempo seja interrompido, Sr. Presidente, para que possa haver o esclarecimento e eu concluir o meu pronunciamento.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa interrompe o tempo de V. Exa., informando que, se for retirado para apreciação da CUTHAB, terá que passar, ainda, por mais duas Comissões. A Mesa só quis colaborar com o Vereador na tribuna. Seu tempo passa a contar.

 

O SR. PEDRO RUAS: A sugestão é para que haja o Parecer da CUTHAB no projeto. Realmente considero imprenscindível esse Parecer. Se for retirado o Art. 81 e tivermos o Parecer da CUTHAB, nada impede que se tenha novamente o Art. 81 para, então, votarmos com o Parecer da CUTHAB. Essa é a proposta que fica aqui neste encaminhamento com relação ao requerimento do Ver. Jocelin Azambuja. Parece-me que aí resolveremos o problema no que tange à maior preocupação que é a ausência do Parecer da Comissão que trata de questões desse tipo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece ao Plenário, principalmente ao Ver. Milton Zuanazzi, que fez uma solicitação. Fica adiada por cinco Sessões. Vota-se na última sessão Plenária deste Legislativo, dia 13.

Está com a palavra o Ver. João Dib, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Antonio Hohlfeldt, na Comissão de Finanças e Orçamento, fez duas diligências. Agora, não se trata de uma área para especulação imobiliária. Não é uma área que possa estar sendo utilizada para grande valoração em razão de tempo ou de qualquer outra coisa. É a área de um clube que faz parte da metade do Rio Grande do Sul e que foi amplamente estudado.

O que está-se fazendo é definir os índices construtivos, que em área funcional não tem, Não estamos fazendo nada de excepcional. Eu já tive a oportunidade de definir índices num projeto que veio do Executivo sem os índices, na área central, na Rua Caldas Júnior. Proposição que naqueles tempos se fazia em Comissão Especial e que teve votação unânime sem que houvesse nenhuma alteração para a grandiosidade da cidade e para o crescimento da cidade, nada. Área funcional não tem índices construtivos, têm que ser definidos na oportunidade em que se faz a definição, em razão do entorno. Não é nem modificação do Plano Diretor, é uma coisa extremamente simples. O que não tem sentido é o adiamento proposto.

O que vou colocar – e poderia fazê-lo em Questão de Ordem – é se o adiamento pode ser solicitado sem que o seja pelo autor da solicitação do art. 81 ou pelo líder de bancada. Estou fazendo no meu pronunciamento e encaminhando contrariamente ao adiamento por 5 sessões, porque não tem sentido, nós temos muito mais matéria para votar, a Mesa reuniu-se com as lideranças para que sejam escolhidos um projeto por Vereador e também um projeto por bancada. Eu creio que, se adiarmos, significa que não queremos votar. E eu não acho que o Ver. Jocelin Azamuja tenha procedido corretamente: se quisesse, poderia ter proposto uma sessão para conhecer a opinião da CUTHAB, que não precisa ser forma1, mas oficiosamente o Presidente poderia reunir os membros da CUTHAB e dar a sua opinião em Plenário, com a palavra assegurada, e não tinha a necessidade de levar para o ano que vem. Aí parece-me que é manobrar contra. Eu encaminho contrariamente e gostaria de saber se o adiamento poderia ser solicitado por quem não pediu o art. 81 ou não é o líder da sua bancada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde a V. Exa. que pode, tanto pode que colocamos em votação. Estão sendo feitos os encaminhamentos.

O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quando me inscrevi, o Ver. João Dib ainda não tinha falado. Não vou repetir, porque, com muita propriedade e conhecimento de causa, ele analisou um dado que eu, de passagem, coloquei na minha primeira fala, quando disse que é uma área funcional, de interesse público, que não tem regime urbanístico. Esse é o primeiro dado.

Ao estabelecer o regime urbanístico para as áreas solicitadas, analisado pela Prefeitura, ela estabeleceu o mesmo regime urbanístico existente nas avenidas, nas ruas que estão no perímetro atingido pela área do Grêmio. Já fizemos isso com a Sogipa, com o Internacional e agora está sendo feito com o Grêmio e com outras áreas de clubes de Porto Alegre que estavam alhures sem nenhuma legislação e que poderiam, de repente, se transformar em “shoppings”, em conjuntos habitacionais. Aqui, não. Aqui está havendo um processo absolutamente transparente, liso. Sinto-me mal em defender, quando vejo que há uma certa insinuação no ar. Isso é uma questão de responsabilidade. Vou-me sentir ofendido e dizer aos Vereadores que estão com alguma insinuação: por que não estudaram o Projeto? Foram feitas pelo Ver. Antonio Hohlfeldt duas diligências, e ele me disse textualmente: C1óvis, eu fiz duas diligências, e por isso está com toda essa demora, mas elas esclareceram todas as questões.

O Ver. Pedro Ruas tem razão num aspecto que eu absolutamente concordo: deveríamos dar o parecer pela Comissão. Só que poderíamos ter, também, um acerto entre nós, já que eu, o Ver. Pedro Ruas, o Ver. Lauro Hagemann, o Ver. Luiz Negrinho, podemos chegar aqui e dizer: suspendam por 10 min, vamos dar uma olhada. Agora, o meu voto está claro. Que eu saiba, o Vereador Lauro também conhece o assunto e está claro para ele. Eu peço que se vote contra este adiamento, porque ele, no meu ponto de vista, é uma postergação. Se fosse o adiamento por um dia nós, já tinhamos concordado. Estamos vendo que nem seria necessário retirar do artigo 81 da Lei Orgânica. Mas o que for feito nós concordamos, contanto que se vote contra este requerimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador é o Vereador Fernando Záchia.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a matéria tem causado alguma dúvida, apesar de o Vereador João Dib tê-la esclarecido bastante. Mas eu entendo, Vereador Pedro Ruas, que a proposta de V. Exa., junto com a do Vereador Pujol é a que mais tenta contornar este pequeno problema. Acho que o melhor seria se fosse retirado o artigo 81, da Lei Orgânica, para que a CUTHAB fosse ouvida e desse Parecer e, então, se retomaria o artiso 81. Não se sabe se este projeto regularizaria aquela área. Parece que regularizaria, também, o posto de gasolina e isso é contraditório, porque o posto já tem o alvará. E aí eu pergunto como é que o posto tem alvará se não tem regime urbanístico. Apenas uma pequena dúvida. Então, eu entendo que o artigo 81 deveria ser retirado, Vereador Pujol, e só depois de ouvida a CUTHAB votássemos esta matéria ainda dentro deste perído legislativo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar como autor.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nosso requerimento, como coloquei anteriormente, busca justamente procurar esclarecer a matéria. O Vereador Pedro Ruas veio a esta tribuna e fez uma proposição muito positiva ao Ver. Reginaldo Pujol, autor de solicitação do art. 81, para que o Ver. Pujol retirasse o art. 81, para que a matéria subisse para a Comissão de Transportes e Urbanismo, que analisaria ainda nesta semana. E, daqui a duas ou três Sessões, a matéria poderia ser colocada novamente em votação. O próprio Ver. Reginaldo Pujol poderia solicitar a urgência novamente com o art. 81.

Isso, Vereador, não é nada novo, há pouco tempo a Ver. Clênia Maranhão tinha solicitado para o Código Municipal de Saúde a urgência da matéria. Nós fizemos um pedido à Vereadora que retirou o art. 81 por duas Sessões, foram feitas as emendas que os Vereadores queriam, no sentido de se esclarecer mais e, depois de 3 ou 4 Sessões, a matéria voltou novamente à Pauta com o art. 81 requerido pela Ver. Clênia Maranhão. Então, eu não vejo nada de anormal Pujol levantar aqui preocupações quanto à sua honorabilidade, ninguém está desconfiado de nada aqui, todos estão colocando de forma muito positiva. Inclusive lamentei a maneira como o Ver. Pujol me tratou aqui, porque fiz um encaminhamento sério, responsável, sei que o Ver. Pujol é um homem sério e responsável, não pode ter um tratamento diferenciado para uma matéria que é normal e corriqueira dentro desta Casa na análise de um Projeto de Lei. Estou cumprindo com o meu dever, o Ver. Pujol está cumprindo com o seu e o Ver. Pedro Ruas como Presidente da CUTHAB, está cumprindo mais ainda com o dever que lhe assiste.

Então, Vereador-Presidente, vou reduzir para três Sessões para que a CUTHAB possa analisar a matéria, mas ainda fica como correta, Ver. Pujol, a sugestão do Ver. Pedro Ruas. Que V. Exa. retire o art. 81, a matéria vai para a CUTHAB onde será examinada e, imediatamente, V. Exa. requer novamente o art. 81 e, na semana que vem, a matéria estará sendo votada na segunda-feira.

A CUTHAB tem reuniões às quintas-feiras, se não me engano, terças e quintas se reúne, se for o caso, até extraordinariamente, sei que o Presidente vai convocar. Ver. Pujol, tenho todo o respeito por V. Exa., todo o apreço, toda a consideração, considero-lhe um parlamentar sério e responsável e sei que o que me disse foi fruto apenas de algum mal-entendimento, mas não que realmente sinta isso.

Acredito que nós podemos e o que estamos buscando é procurar colocar a matéria de forma esclarecida para todos. O fato de V. Exa. ter dado um parecer e ter requerido o art. 81, para mim, não importa. Não considero isso negativo ou desabonatório a qualquer ato praticado no processo. Muito pelo contrário, até porque é um procedimento normal; vários Vereadores dão pareceres em cima de emendas e substitutivos seus. Não há nada que obste isso; náo é antiético, não é errado, não tem nada de ilegal. Espero que o Ver. Reginaldo Pujol não leve a questão por um caminho equivocado.

Estou desde já, requerendo a substituição de cinco sessões por três sessões, alterando o Requerimento, atendendo até à solicitação de alguns companheiros. Mas acho ainda que o melhor é a sugestão do Ver. Pedro Ruas: retirada do 81, subir à Comissão de Urbanismo, e retorno com o 81 à votação do Plenáro. Nesse sentido, acho que a posição do Ver. Pedro Ruas é mais adequada. Eu não fiz nenhuma outra consideração que não seja a de procurar me esclarecer do Processo, o que gosto de fazer em todos os projetos que tramitam nesta Casa.

Então, vamos diminuir de cinco para três sessões e vamos ver o que acontece nesse período. Mas vamos aguardar também o pronunciamento do Ver. Reginaldo Pujol, que pode acolher a proposição do Ver. Pedro Ruas, como fez a Verª. Clênia Maranhão em outra oportunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra. Desiste: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de iniciar, solicito, numa Questão de Ordem, que V. Exa. informe exatamente o que oRequerimento solicita e o que nós estamos votando.

 

O SR. PRESIDENTE: O Vereador-autor retirou o requerimento de cinco sessões e, neste momento, tramita um de três sessões.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Então, é um novo Requerimento que está sendo discutido?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, é um Requerimento com um novo conteúdo. O pedido é o mesmo, ou seja o adiamento.

Houve alteração do número de Sessões.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente na forma do artigo 81 da Lei Orgânica somente o autor do Requerimento poderá pedir que ele seja retirado da Ordem do Dia. O adiamento por 3 Sessões, por 5 ou por 80 Sessões não vai permitir que o Projeto vá à Comissão de Urbanização. Eu havia proposto que se fizesse informalmente. Não estou entendendo por quê?

 

O SR. PRESIDENTE: Está claro Vereador, a Mesa informa a V. Exa. o teor do § 2º do art. 160. O art. 160 do Regimento repete o 81 da Lei Orgânica, só que há detalhamento no § 2º do Art. 160 do Regimento, que prevê adiamento de discussão e de votação de projetos que se encontram sob a égide do art. 81 da Lei Orgânica.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sei que pode pedir em 3, 5 em 80 Sessões. O que não pode é ele ir para a CUTHAB; se for, ele sai da Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Não pode.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Requerimento que está sendo votado pode ser retirado?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Tem amparo no Regimento?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim. Vereador, há uma praxe nesta casa, fruto da negociação política, que é da natureza e do perfil de uma Casa Legislativa em que o Requerimento foi retificado no número de Sessões. A Mesa interrompe os trabalhos por dois minutos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h 21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 17h 22min): Está reaberta a Sessão. Rigorosamente, não caberia mais a retirada do Requerimento. O que cabe é uma retificação do Requerimento que já existia. A “causa petendi” é a mesma. Se ele fosse retirado, não poderia ser reapresentado, porque já havia iniciado os encaminhamentos. Houve então uma retificação do Requerimento.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.Presidente e Srs.Vereadores, quando me inscrevi para discutir essa matéria, eu tinha uma realidade, e quando no uso da palavra, tenho outra realidade. A primeira realidade, que era a que mais me impressionava, é que iríamos votar uma proposição que poderia ser denominada de uma proposição “eunuca”, porque éramos nós, Vereadores, nos mutilando em nossas competências e especialmente aqueles que compõe esta Casa Legislativa que, de uma forma ardilosa, absolutamente desenquadrada da nossa realidade, estavam abdicando de votar nesta Legislatura a proposição, jogando-a para nova Legislatura, onde estarei para votar e sustentar minha posição. Mas nem todos os Vereadores da Casa estarão aqui para votar e sustentar suas posições. Então evidentemente, eu não poderia, em nenhum momento, compactuar com essa Proposição, porque seria até uma ofensa com os companheiros que hoje se encontram neste Legislativo e não vão voltar no dia 1º de janeiro. Algumas dessas pessoas eu tenho na maior conta e por elas tenho o maior respeito e jamais permitiria que levassem, em seu curriculum, a inscrição de que elas haviam, pela porta da escapadela, fugido da responsabilidade como integrantes deste Legislativo.

Não faria esta injustiça com os meus companheiros, porque eu respeito as pessoas e sei que esta Casa não é uma casa de eunucos e nem de fujões, que fogem à sua responsabilidade. Adiar por 5 Sessões, como foi inicialmente solicitado no Requerimento, é, simplesmente, dizer: a Câmara de Porto Alegre, diante da perspectiva de que o Ver. João Antônio Dib e o Ver. Reginado Pujol tenham chancelado uma imoralidade, algo que ía permitir uma maracutaia, resolveu, num passe de mágica, não discutir o assunto e atirá-lo para mais adiante.

Eu quero, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizer que sou, ocasionalmente, um gremista Vereador e não um Vereador gremista. Eu não me elejo, Ver. Jocelin Azambuja, com votos de gremistas e colorados, me elejo com votos de cidadãos. Pela quarta vez vou ocupar o mandato legislativo e nunca fiz desses passionalismos inconseqüentes bandeira da minha pregação política. Não, se me elejo, e fui eleito por duas oportunidades e em outra não fui, fiquei como primeiro suplente, é pelas minhas idéias, pela minha posição e não pela minha cor clubista. Eu jamais permitiria – renunciaria ao mandato que, atualmente exerço – que, por qualquer razão do mundo, sendo conselheiro do Grêmio, Ver. Záchia, como V. Exa. bem lembrou, se promovessem coisas subalternas que fossem prejudiciais aos interesses da cidade para, com isso, satisfazer minha paixão clubística. Não! Futebol eu trato no campo de futebol; futebol eu trato perante a telinha da televisão – quando for o caso – e ali eu trato com passionalismo. Aqui, sou Vereador da cidade, e como Vereador da cidade estudei este Projeto como poucos e recebi a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça, por unanimidade, inclusive com o voto, que muito me honra de V.Exa. que não quis ler, o meu Parecer porque confiava em mim. E não se enganou, porque sou pessoa confiável. Eu não uso de subterfúgio, nem faço sarapatéis para alcançar os objetivos que pretendo.

Quero dizer o seguinte: eu não sou o dono da verdade, esta Casa é constituída de bons valores, de pessoas qualificadas, se V. Exas. entenderem de não promover esse adiamento e, após isso, eu puder contribuir para que alguns obtenham o exame que, a juízo da maioria da Casa, é desnecessário, mas queiram tê-lo novamente, eu não serei empecilho. Eu estou querendo contribuir com a cidade. Ninguém aqui, sendo colorado ou gremista, vai acabar com a realidade que eu desdisse. Nós não vamos aprovar esse Projeto de Lei para, amanhã, o Ver. Lauro Hagemann convocar um grupo de técnicos para explodir o Estádio Olímpico, o posto de gasolina. Não vamos fazer brincadeira no final de uma Legislatura. Eu tenho muito respeito por V. Exas. Acho que aqui não tem lugar para fujão, irresponsável, para quem foge da responsabilidade. Para mim, o Projeto está em condições de ser votado agora. Eu estudei o Projeto e tenho responsabilidade para dizer isso. Se os Senhores entenderem de adiá-lo, façam-no; se entenderem de não adiá-lo e eu puder contribuir com a outra solução, a solução do Ver. Pedro Ruas, poderei contribuir. Quero dizer o seguinte: não tomem uma posição de eunuco, não anulem um grande período legislativo e saindo pela janela, fugindo da responsabilidade, aí, sim, num conto de maracutaia que não honra as tradições desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu entendo que a postura desta Casa, como já disse o Ver. Pedro Ruas deve ser independente de alguem ser gremista, de alguém ser colorado. Nós, como vereadores desta Casa, não podemos Ter nenhuma conotação “clubística”. Nós estamos aqui para examinar o interesse maior da cidade. Essa é a premissa. Eu penso que nós deveríamos – vou encaminhar contrariamente – derrotar o requerimento do Ver. Jocelin Azambuja; assim nós abriríamos o caminho para uma solução melhor, que o Ver. Pujol também já sinalizou, que é no sentido da retirada, por uma sessão ou duas, do art. 81. Assim a CUTHAB daria o seu parecer. Nós teríamos o prejuízo de outras comissões não darem os seus pareceres; mas acredito que o parecer da CUTHAB seja essencial. Tenho entendido que a CUTHAB nos deixará claro que benefícios nós estamos concedendo. Apesar do pouco conhecimento concreto, tenho claro que este Projeto concede benefícios objetivos ao Grêmio Futebol Club. Mas, serão benefícios que nós, conscientemente, considerando que o Grêmio representa uma parcela importante da comunidade porto-alegrense, estaremos concedendo; mas temos que saber o que estamos concedendo...

Eu acho que, hoje, nenhum Vereador tem claro o que envolve a mudança proposta quanto ao regime urbanístico. Entendo que, do ponto de vista do Solo Criado, não envolverá benefícios, pois a Lei garante que todo o aumento de índice construtivo será pago; e talvez não haja necessidade. Mas, objetivamente, ao transformar a área do Grêmio Futebol Clube em área de serviços, de comércio, há uma alteração de destinação, há uma valorização da área. Isso qualquer um sabe; mas temos que ter claro o que isso significa quantitativamente, para votarmos conscientemente, este ano. O Projeto entrou no começo do ano. Infelizmente, ele demorou 6 meses na CEFOR. Independentemente da vontade do Ver. Dib, mas demorou-se; e a CUTHAB não foi ouvida. Por isso, encaminho – o próprio Ver. Jocelin, segundo entendi, vê nisso uma alternativa melhor – no sentido de que derrotemos esse requerimento. Tenho certeza de que o Ver. Pujol terá abertura para, durante duas sessões, retirar o art. 81 e, imediatamente, requerê-lo novamente. Assim poderemos votar com mais conhecimento de causa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar, pelo PTB.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, analisando as manifestações aqui feitas e a própria manifestação do Ver. Reginaldo Pujol, eu vou solicitar aos Srs. Vereadores que votem contrariamente ao meu Requerimento. Vou deixar na consciência do Ver. Reginaldo Pujol para que ele tome a decisão que achar melhor. O que ele não pode é colocar as questões no sentido de pessoalidade, aqui. Ninguém levantou nada contra o Vereador, nem ao Ver. João Dib. Ninguém acusou, como foi referido aqui, qualquer tipo de situação irregular; ninguém utilizou a palavra “maracutaia”; nada disso foi mencionado aqui.

Tenho certeza de que o Ver. João Dib, e o Ver. Reginaldo Pujol são Vereadores honrados desta Casa, desta Cidade. Não foi por nada que se reelegeram, estão contemplados com o voto popular.

Apenas quisemos, diante da manifestação do Ver. Pedro Ruas, Presidente da CUTHAB, que esta Comissão se manifestasse a respeito. Este foi o sentido da nossa postura, do que colocamos neste Plenário.

Então, vou solicitar, aos Srs. Vereadores, como não posso mais retirar o Requerimento, que votem contrariamente ao mesmo. Depois o Ver. Reginaldo Pujol decide o que é melhor para o processo, nos contatos que está fazendo com os Srs. Vereadores.

Lembro à Ver. C1ênia Maranhão, que está presente neste momento, que em outro momento fizemos isto em relação ao Código Municipal da Saúde: a Vereadora retirou o art. 81; foram feitas emendas, análises; depois, novamente, foi colocado o art. 81, pela Vereadora; foi votado o Código Municipal de Saúde, sem nenhum constrangimento da Vereadora, sem nenhum conflito, de forma tranqüila. Acho que da mesma forma pode ser feito. Mas, isto vai ficar a cargo do pensamento, da sensibilidade, do sentimento do Vereador Reginaldo Pujol.

Quero deixar claro, mais uma vez, que nada do que manifestamos aqui tem a ver com a honorabilidade e a seriedade que o Ver. Reginaldo Pujol merece desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Consultando as várias Lideranças da Casa e atendendo às ponderações do Presidente da CUTHAB, Ver. Pedro Ruas, e como temos interesse que todos os assuntos que nesta Casa tramitam se revestam da maior transparência, estamos requerendo formalmente - o faremos por escrito imediatamente após a manifestação de V.Exa. - a retirada do Art. 81 para que se oportunize a ouvida da CUTHAB e que a Casa, pelo seu Colégio de Líderes, entende possível ser feita num prazo exíguo, com condição de que o assunto retorne à Ordem do Dia ainda nesta Legislatura, permitindo à totalidade da Casa que aqui se encontra, plenamente esclarecida, possa colocar os seus votos com a tranqüilidade que todos os atos legislativos tem que ter, especialmente uma Casa com as tradições que tem a Casa de Otávio Rocha. Era isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria que V. Exa., Ver. Reginaldo Pujol, formalizasse junto à Diretoria Legislativa o documento que retira o Art. 81 na forma já manifestada por V.Exa.

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, elogiando, inicialmente, a atitude altruísta, clara, límpida do Ver. Reginaldo Pujol, requeiro, na condição de Presidente da CUTHAB, que, assim que for retirado o Art. 81 seja entregue imediatamente o Projeto a este Presiente para distribuição para relatório. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Imediatamente estaremos passando às mãos de V. Exa., na condição de Presidente da CUTHAB que está tendo a responsabilidade e o zelo de diligenciar o mais rapidamente possível, mostrando aquilo que é do conhecimento de todos, da boa-fé com que V. Exa. trata os assuntos do cotidiano do processo Legislativo.

 

O SR. MÁRIO FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de saber se seria possível suspender os trabalhos, para que se faça essa reunião da CUTHAB neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Não é, possível. Não encontro embasamento no Regimento que me proporcione o deferimento do seu pedido.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, solicitando seja adiada a votação do PLCE nº 03/96 por três Sessões. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO.

Gostaria de esclarecer que, na condição de Presidente desta Casa fomos convidados para integrar a representação do evento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre “Porto Alegre em Montevidéu”, acompanhando o Sr. Prefeito Municipal, do dia 03.12.96 a 05.12.96. Recebemos o convite honrosamente, mas por compromissos durante toda quinta-feira na Cidade, que envolvem as homenagens pela passagem do 20º ano de falecimento de João Goulart, não será possível nos afastarmos da Capital.

Convidamos o Vice-Presidente desta Casa, que aceitou o convite. Em face disso, o mesmo requer, por orientação desta Presidência, diárias correspondentes ao período de afastamentor, pagas por este Legislativo.

Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Gostaria de requerer a V. Exa. que incluísse na votação à Moção de Solidariedade que apresentamos ao Governo do Estado e à Bancada Federal, que votasse juntamente com o Requerimento do Ver. Edi Morelli.

 

O SR. PRESIDENTE: Tendo em vista o Requerimento e considerando a relevância da matéria, firmado por um grupo significativo de Vereadores e como primeiro signatário o Ver. Jocelin Azambuja, lemos: “Moção de Solidariedade ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Bancada Federal na Câmara e Senado, pela conquista da instalação em nosso Estado de uma fábrica montadora da General Motors do Brasil”.

Em votação. (Pausa.) O Ver. Pedro Ruas solicita votação nominal. (Após a chamada.) APROVADO por 19 votos SIM, 07 ABSTENÇÕES.

O Ver. Darci Campani encaminha à Mesa a seguinte Declaração de Voto:

“Primeiramente, a política de desenvolvimento do Estado, que arrasa com a produção agrícola e não apresenta alternativa para este setor, historicamente o mais importante do RS, não concordamos que simplesmente a opção pela industrialização, através do funcionamento de uma montadora de veículos, resolverá algum problema econômico deste Estado. ”

“Secundariamente, não devemos legislar com base em notícias dos veículos de divulgação sem que se tenha a certeza da realização dos investimentos. Vários foram os casos, recentemente, em que foram divulgados investimentos que nunca se realizaram”.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, de acordo com o artigo 163, inciso VI, eu gostaria, já que a CUTHAB vai analisar essa questão do processo em debate anteriormente, que o Presidente da Comissão ou Relator trouxesse informação se aquele posto de gasolina que tem alvará foi aprovado dentro da legislação pertinente e a data da implantação daquele posto de gasolina.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nada contra o Requerimento do Ver. Artur Zanella. Agora, a CUTHAB não assume a responsabilidade dessa informação nesse prazo que assumiu de entrega do Relatório. A informação é importante por uma série de aspectos e até por ser de um Vereador com·mandato nesta Casa. Não há esse compromisso da CUTHAB e não está sendo aceito como um compromisso da CUTHAB no prazo para votação nesta legislatura. Não há compromisso neste sentido. Há o compromisso de diligenciar, mas não para votação nesta Legislatura.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: É evidente que não vamos querer que a CUTHAB se comprometa; só gostaria de obter essa informação.

 

O SR. MÁRIO FRAGA: Não acho que seja anti-regimental. Eu, como vice-presidente da CUTHAB, não aceito. O Ver. Artur Zanella tem os poderes que lhe deferem, que é o Pedido de Informações para a Prefeitura.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Mário Fraga, apenas a presidência quer esclarecer que uma diligência de uma comissão, qualquer Vereador pode solicitar. Evidentemente que, dentro das peculiaridades temporais, inclusive, poderá atender e responder a perguntas formuladas por Vereadores. Foi a preocupação do Ver. Artur Zanella e a boa intenção do Vereador Presidente da CUTHAB e com certeza de V. Exa. Só não responderá se não tiver condições.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1417/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/96, que altera o artigo 1º da Lei Complementar nº 372, de 22 de janeiro de 1996. (institui Área Especial de Interesse Social do tipo IV na Área Funcional de Interesse Urbanístico, da Categoria de Recuperação Urbana)

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto.

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. O Ver. Artur Zanella está com a palavra para discutir o PLCE nº 05/96.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, procurei esse Processo e vejo·que foi aprovado pela CEFOR, e não é o processo que eu estava com certa dificuldade tanto de entender como de aprovar.

Neste caso, naquela área da Tecnológica, da Vila Farrapos, efetivamente somente uma correção de limite. Aquelas dúvidas que eu tinha não se referem a esse Projeto. A velocidade é tanta que saímos do Grêmio e caímos no Tio Zeca.

Vou votar a favor deste Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) A votação será nominal. (Após a chamada.) APROVADO por 24 votos SIM, 01 voto NÃO e 02 ABSTENÇÕES.

A Mesa comunica a V. Exas. que, no dia onze de dezembro, às 14h, em Sessão Ordinária, esta Casa receberá o Secretário Estadual dos Transportes, Guilherme Socias Villela, que fará uma apresentação do Projeto Porto dos Casais, uma iniciativa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como estamos em final de Legislatura, peço esclarecimento a V. Exa., baseado em que a imprensa do Rio Grande do Sul é séria e competente, sobre o que li nos jornais do fim de semana, que na próxima semana entrará em votação Projeto do Executivo, que autoriza a alteração de vencimentos para os Secretários Municipais e Assessores do Prefeito. Também li uma notícia nos jornais do fim de semana que esta Casa será convocada, extraordinariamente, de nove a treze de dezembro, para votação de diversas matérias. Como estamos em período normal de nove a treze de dezembro, solicito a V. Exa. que esclareça aos Vereadores sobre as duas matérias.

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos que hoje, pela manhã, em entrevista convite na Rádio Guaíba, ao jornalista Amir Domingues, informei, em primeiro lugar, da minha estranheza em relação ao aumento dos vencimentos dos Secretários que a Câmara não tem nenhuma previsão: em primeiro lugar, pela urgência, urgentíssima do art. 8l, que o torna impossível pela ausência dos 30 dias; segundo lugar, só poderia ser viabilizado por um pedido de urgência, o que precederia a sua aprovação pelo Plenário. A votação só assim seria possível. Informo ainda V. Exa. de que não há na Mesa Diretora nenhuma proposta de Convocação Extraordinária deste Legislativo. De outro lado, o Executivo, o Sr. Prefeito, não me comunicou qualquer intenção de convocação extraordinária desta Casa. Eram essas as informações que gostaria de prestar, como Presidente desta Casa, a V. Exa.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Constatei, hoje pela manhã, que no Viaduto Loureiro da Silva existe uma placa de “Parada Proibida”, e ao lado, com exceção dos lotações. Como o Código Nacional de Trânsito não permite que se pare sobre viadutos, gostaria que a CUTHAB, com urgência, verificasse esse tipo de sinalização e de permissão criado pela Secretaria Municipal de Transporte.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, só para facilitar o trabalho da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, gostaria que V. Exa. formulasse essa representação à CUTHAB por escrito.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): A minha Questão de Ordem segue na linha da Questão de Ordem formulada pelo Ver. Dilamar Machado. Tivemos uma reunião de Lideranças na semana finda com a Mesa, onde ficou afiançada a possibilidade de que não houvesse uma convocação extraordinária ainda neste ano, mas que houvesse um regime de trabalho concentrado nesta semana, referido pela imprensa, com sessões de manhã e à tarde.

 

O SR. PRESIDENTE: Hoje esgota-se o prazo de sugestões das lideranças, para a apresentação de propostas de projetos que gostariam de ver examinados, conseqüentemente, a partir desse momento, convocaremos nova reunião para definir os tempos das Sessões Extraordinárias, se necessidade houver, porque tendo em vista, Ver. Dilamar Machado, o encerramento de Legislatura. Então, acreditamos que um esforço concentrado até o dia 15 de dezembro poderão ver votadas todas as matérias que os Vereadores gostariam de ver votadas neste momento, inclusive, aquelas de interesse do Poder Executivo, numa solicitação da liderança do Partido dos Trabalhadores na Casa, da bancada governista. Passamos a Presidência dos trabalhos ao Ver. Mário Fraga.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3002/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/96, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que isenta da contribuição de ISSQN os representantes comerciais do Município de Porto Alegre.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;

- discutiram a matéria os Vereadores E. Guimarães, E. Morelli, J. Azambuja, H. Fontana, L. Braz, R. Carrion, P. A. Leal, R. Pujol, J. Dib, M. Rosário e P. Brum;

- adiada a discussão por duas Sessões;

- nos termos do Art. 19, “h”, do Regimento, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do autor quanto à mudança da espécie deste Processo, tendo em vista a natureza da matéria, deixando o mesmo de tramitar como PLL nº 074/96 e passando a PLCL nº 020/96.

 

O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Em votação nominal Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, solicitando o adiamento por três Sessões.

Convidamos o Ver. Antonio Hohlfeldt para proceder à verificação de quórum.

 

(É feita a chamada nominal dos Srs. Vereadores.)

 

O SR. PRESIDENTE: São 10 votos SIM. Não há quórum. Declaro nula a presente votação. Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h09min.)

 

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